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Continuação de Jinping no poder é "mau presságio" para Direitos Humanos

A organização de defesa de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) considerou hoje que a continuação no poder do líder chinês, Xi Jinping, "é um mau presságio para os Direitos Humanos na China e em todo o mundo".

Continuação de Jinping no poder é "mau presságio" para Direitos Humanos
Notícias ao Minuto

11:45 - 10/10/22 por Lusa

Mundo Human Rights Watch

Xi deve obter um terceiro mandato como secretário-geral do Partido Comunista Chinês durante o 20.º Congresso do Partido, que arranca no dia 16 de outubro, quebrando com a tradição política das últimas décadas no país.

O investigador da HRW Yaqiu Wang pediu, em comunicado, aos governos de todo o mundo que pressionem Pequim para respeitar os Direitos Humanos "dentro e fora da China", se Xi for eleito para um terceiro mandato.

"Xi deve consolidar ainda mais o seu poder e garantir um terceiro mandato histórico", durante o 20.º Congresso, prevê a HRW.

"O espaço para o ativismo na sociedade civil está a diminuir na China, tornando imperativo que a comunidade internacional tome medidas consistentes para limitar os abusos de Xi", disse.

A HRW citou as restrições, no âmbito da covid-19, "que levaram a quarentenas repetidas e imprevisíveis para centenas de milhões de pessoas, seguindo uma política abusiva".

"Estas medidas draconianas impediram o acesso a cuidados de saúde, alimentação e outras necessidades básicas. Um número desconhecido de pessoas morreu após ter sido negado tratamento médico para doenças não relacionadas à covid-19. Os bloqueios resultaram num aumento do desemprego e cortes salariais", denunciou a ONG.

A HRW apontou que desde que Xi chegou ao poder, no final de 2012, as "autoridades dizimaram a sociedade civil chinesa, prenderam vários críticos do governo, restringiram severamente a liberdade de expressão e implantaram vigilância em massa para controlar os cidadãos".

"Perseguição cultural e detenção arbitrária de um milhão de [membros da minoria étnica de origem muçulmana] uigur e outros abusos cometidos desde 2017 constituem crimes contra a humanidade", acusou a ONG.

A HRW manifestou ainda a sua preocupação com o impacto da covid-19 nos direitos económicos e sociais daqueles que já se encontravam em situações precárias, dado que "estão mais expostos a crises, devido à desigualdade e discriminação".

"Muitos trabalhadores migrantes já estão em situação de extrema necessidade. A falta de emprego muitas vezes significa que eles não têm rendimento, nem acesso à segurança social", lê-se no relatório.

De acordo com a ONG, os problemas económicos estão a causar um "agravamento dos direitos civis e políticos, que já eram severamente restringidos, pois as autoridades respondem às denúncias com mais censura, prisões arbitrárias e repressão".

"A política abusiva e amplamente impopular de 'zero covid', e o seu impacto na economia, mostra que os direitos políticos e económicos estão profundamente interligados", disse o investigador da HRW.

"Um líder com poder ilimitado, que não presta contas e que nega direitos aos cidadãos, é perigoso, não apenas para a China, mas para o mundo", acrescentou.

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