Os dois chefes de Estado conversaram esta segunda-feira por telefone, com o norte-americano a expressar a Zelensky as suas "condolências", após os bombardeamentos russos em larga escala contra várias cidades ucranianas, revelou em comunicado a Casa Branca.
Biden destacou ainda o seu compromisso, juntamente com os aliados, para continuar a impor custos à Rússia, responsabilizando Moscovo pelos seus "crimes de guerra e atrocidades".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também divulgou que discutiu com o homólogo norte-americano a assistência à defesa aérea, na sequência do bombardeamento maciço pelas forças russas de várias cidades da Ucrânia.
"A defesa aérea é atualmente a prioridade número um da nossa cooperação em defesa", apontou o governante ucraniano, através das redes sociais.
Zelensky informou Biden sobre as consequências dos ataques, alertando que os recentes danos em larga escala na infraestrutura de energia crítica representam sérios desafios antes do próximo inverno e o início da temporada de aquecimento, segundo refere uma nota divulgada pela presidência ucraniana.
Ainda durante a conversa telefónica, os dois líderes discutiram a próxima reunião extraordinária do G7, agendada para esta terça-feira e que contará com Zelensky.
O encontro virtual será dedicado à Ucrânia e abordará as medidas mais urgentes de apoio a Kyiv que podem ser adotadas pela comunidade internacional.
Os bombardeamentos russos em larga escala lançados esta segunda-feira contra várias cidades ucranianas, incluindo Kyiv, provocaram numerosas vítimas e a destruição de importantes infraestruturas, enquanto a população procura proteção em abrigos.
Na reação aos bombardeamentos o chefe de Estado ucraniano referiu que os ataques em várias regiões da Ucrânia visam danificar as infraestruturas de energia e provocar baixas entre a população civil.
A Rússia realizou estas iniciativas militares dois dias depois de um ataque numa ponte que liga a Crimeia à Rússia, pelo qual Moscovo acusa Kyiv.
A ponte é vista como um símbolo da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, e, apesar dos danos sofridos no sábado, parte da infraestrutura continua a ser usada.
Desde o início da guerra em curso, em 24 de fevereiro deste ano, tem sido utilizada no transporte de equipamento militar pesado e no reabastecimento das tropas russas no sul da Ucrânia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou lançar novos ataques, se a Ucrânia insistir em cometer "ataques terroristas" contra a Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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