NATO pede envio de "vários tipos de defesa aérea" às forças ucranianas

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, exortou hoje os Aliados a disponibilizarem à Ucrânia "diferentes tipos" de sistemas de defesa aérea, dados os bombardeamentos e ameaças nucleares russas, vincando também ser "extremamente importante" salvaguardar infraestruturas energéticas este inverno.

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Lusa
12/10/2022 12:30 ‧ 12/10/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Os Aliados têm fornecido defesa aérea, mas precisamos ainda de mais. Precisamos de diferentes tipos de defesa aérea: curto alcance, longo alcance, sistemas de defesa aérea para levar mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro, drones, diferentes sistemas para diferentes tarefas e depois, claro, a Ucrânia é um grande país, muitas cidades, por isso precisamos de escalar para podermos ajudar a Ucrânia a defender ainda mais cidades e mais território contra os horríveis ataques russos contra as suas populações civis", declarou Jens Stoltenberg.

Falando à chegada da reunião de ministros da Defesa dos Aliados, em Bruxelas, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) saudou os equipamentos de defesa aérea que já estão a ser mobilizados para as forças ucranianas, nomeadamente por parte da Alemanha, vincando que tal apoio "é extremamente importante".

"Penso que todos já vimos porque é que isto é bastante importante, [dados os] horríveis ataques indiscriminados contra cidades ucranianas, civis mortos, infraestruturas críticas civis destruídas e, não menos importante, os ataques ao sistema energético, às infraestruturas energéticas, ainda mais graves à medida que nos aproximamos do inverno. Tudo isto demonstra a necessidade urgente de mais defesa aérea para a Ucrânia", elencou Jens Stoltenberg.

Os ministros da Defesa da NATO reúnem-se hoje e quinta-feira em Bruxelas para reforçar o apoio à Ucrânia devido às ameaças russas, debatendo ainda a salvaguarda de infraestruturas críticas como gasodutos europeus.

"Durante as últimas semanas, assistimos à mais grave escalada da guerra desde a invasão em fevereiro: a Rússia está a mobilizar dezenas de milhares de novas tropas, está a tentar anexar ilegalmente novas terras ucranianas e assistimos aos ataques indiscriminados contra as cidades ucranianas e depois, claro, ouvimos também as ameaças nucleares veladas vindas de Moscovo", destacou Jens Stoltenberg nas declarações à chegada da reunião.

Nos últimos dias, registaram-se, entre outras áreas, ataques russos contra a zona da central nuclear de Zaporijia, no sul da Ucrânia, a maior da Europa, depois de Putin ter anunciado uma mobilização parcial de 300 mil reservistas russos.

Já esta segunda-feira, dezenas de pessoas morreram ou ficaram feridas em bombardeamentos provocados pelas forças russas em várias regiões ucranianas, nomeadamente na zona de Kyiv.

Esta foi a primeira vez que a capital ucraniana foi bombardeada desde junho passado, após o início da guerra causada pela invasão russa em fevereiro deste ano.

Neste encontro dos ministros da Defesa dos Aliados -- no qual Portugal estará representado pela governante da tutela, Helena Carreiras --, a NATO irá então debater como salvaguardar a dissuasão nuclear e como reabastecer os 'stocks' de munições e armas, tanto para armazenamento próprio como para apoiar a Ucrânia.

Os responsáveis pela tutela da Defesa da NATO vão, ainda, discutir a resiliência das infraestruturas críticas, quando a Rússia é acusada de sabotagem nos gasodutos da Nord Stream no Mar Báltico.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou a fuga de milhões de pessoas e a morte de milhares de civis, segundo as Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Ministros da Defesa da NATO reúnem-se para reforçar apoio à Ucrânia

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