Ministro das Finanças do Reino Unido deverá ser demitido por Liz Truss

Kwasi Kwarteng foi obrigado a encurtar uma visita aos Estados Unidos.

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Notícias ao Minuto com Lusa
14/10/2022 11:53 ‧ 14/10/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Kwasi Kwarteng

O ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, deverá ser demitido pela primeira-ministra, Liz Truss, avança, esta sexta-feira, o The Times. Steven Swinford, editor de política do jornal britânico, escreveu no Twitter que foi informado de que o governante será "demitido", enquanto Truss "se prepara para reverter o 'mini-orçamento'". 

O jornalista apontou não ser ainda claro quem irá substituir Kwasi Kwarteng e que o número 10 de Downing Street "não está a comentar" a situação. 

De recordar que a pressão dentro do próprio partido Conservador sobre o governo para recuar em alguns dos cortes fiscais anunciados terá forçado o ministro das Finanças britânico a encurtar uma visita aos EUA.

O ministro encontrava-se em Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas as crescentes críticas terão levado Kwarteng a antecipar o regresso a Londres em um dia, onde, segundo a BBC, terá "reuniões cruciais" sobre o plano de crescimento económico apresentado em 23 de setembro.

O secretário de Estado do Comércio Internacional, Greg Hands, disse à Sky News que "não é invulgar regressar um dia antes de uma visita internacional" e salientou que as reuniões "principais" do FMI e do Banco Mundial "já terminaram".

Porém, as primeiras páginas da imprensa britânica refletem hoje um agudizar da crise política e o descontentamento nas bancadas do partido do governo. O Financial Times noticia que a primeira-ministra Liz Truss está prestes a abandonar algumas das medidas "numa tentativa desesperada de reconstruir a confiança dos mercados" e garantir a sobrevivência no cargo que assumiu há 40 dias. 

O jornal The Times e o Daily Mail fazem manchete com as conspirações dentro dos 'tories' para derrubar Truss se esta não conseguir controlar a instabilidade económica e financeira registada nas últimas semanas. 

O que está em causa? 

O 'mini-orçamento' de 23 de setembro surpreendeu ao incluir, juntamente com medidas para congelar os preços da energia, um grande pacote de cortes fiscais num valor estimado de 45 mil milhões de libras (51 mil milhões de euros) totalmente financiados por endividamento. 

O risco de um aumento insustentável da dívida pública foi mal recebido pelos mercados financeiros, o que resultou na desvalorização da libra e subida dos juros sobre a dívida britânica e do crédito à habitação.

O Banco de Inglaterra foi forçado a intervir no mercado obrigacionista, o que ajudou a estabilizar a libra e a dívida, mas o plano do governo britânico foi criticado pelo FMI devido ao risco de agravar a inflação, e as agências Fitch e Standard and Poor's reduziram de estável para negativo o 'rating' do Reino Unido. 

Kwarteng recuou entretanto da decisão de abolir o escalão máximo de 45% do imposto sobre os rendimentos dos contribuintes mais ricos, poupando 2.000 milhões de libras (2.300 milhões de euros), mas na quarta-feira Liz Truss recusou "absolutamente" reduzir a despesa pública para equilibrar as contas públicas. 

[Notícia atualizada às 12h03]

Leia Também: PM britânica recusa reduzir despesa pública para compensar cortes fiscais

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