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Irão. Altas figuras dos EUA expressam apoio às "notáveis" manifestações

Autoridades norte-americanas como o secretário de Estado, Antony Blinken, ou a vice-presidente, Kamala Harris, demonstraram esta sexta-feira o seu apoio às manifestações em andamento no Irão, ao receberem ativistas e membros da diáspora iraniana.

Irão. Altas figuras dos EUA expressam apoio às "notáveis" manifestações
Notícias ao Minuto

06:34 - 15/10/22 por Lusa

Mundo Irão

Na abertura de uma reunião no Departamento de Estado, Blinken elogiou "a notável coragem em todo o Irão demonstrada por mulheres, jovens e muitos outros para defender os seus direitos fundamentais que o regime iraniano continua a privá-los".

Entre os presentes estava a atriz e ativista Nazanin Boniadi, que também foi recebida esta sexta-feira na Casa Branca, quer por um conselheiro sénior do Presidente Joe Biden, quer pela vice-presidente, Kamala Harris.

A vice-presidente salientou, por sua vez, em comunicado, que está inspirada pela "coragem destas mulheres" assim como "todo o mundo".

Kamala Harris prometeu à sua convidada a ajuda de Washington, para "garantir que as importantes vozes sejam ouvidas" e "inclusive para facilitar o acesso à Internet" no Irão.

A indignação provocada pela morte em 16 de setembro da mulher curda iraniana de 22 anos Mahsa Amini desencadeou a maior vaga de manifestações e de violência no Irão desde os protestos de 2019 contra o aumento dos preços dos combustíveis, num país rico em petróleo.

Masha Amini foi detida em 13 de setembro pela chamada polícia de costumes em Teerão por ter alegadamente infringido o rígido código de vestuário para as mulheres da República Islâmica, em particular o uso do véu.

Segundo a associação Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, pelo menos 108 pessoas foram mortas desde o início dos protestos desencadeados pela morte da jovem mulher e que têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas.

"Acho que estamos a testemunhar algo notável em todo o país, liderado principalmente por mulheres e jovens", frisou Antony Blinken em referência a "uma onda de raiva espontânea".

O chefe da diplomacia norte-americana esteve acompanhado pela número dois do Departamento de Estado, Wendy Sherman, e pelo enviado especial dos Estados Unidos às negociações com o Irão.

Entre os participantes iranianos estiveram, além de Nazanin Boniadi, a escritora Roya Hakakian e os defensores de direitos humanos como Sherry Hakimi.

"Fomos unânimes em sugerir que [os EUA] devem parar negociações nucleares até que a violência cesse. E acho que todos nos ouviram alto e claro", realçou Roya Hakakian em declarações à rádio NPR após o encontro.

Na quinta-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, referiu que é "improvável a curto prazo" que exista um sucesso sobre estas discussões, que visam implementar um acordo de 2015 sobre a energia nuclear iraniana.

O Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, acusou esta quinta-feira os Estados Unidos de realizarem "uma política de desestabilização" contra a República Islâmica.

"Se for esse o caso, se eles realmente pensam assim, então basicamente não entendem o seu próprio povo", frisou Blinken esta sexta-feira, em reação às declarações.

Os Estados Unidos anunciaram sanções económicas em 06 de outubro contra sete altos funcionários iranianos pelo seu papel na repressão dos protestos, após uma primeira série de sanções anunciadas em 22 de setembro contra a polícia de moralidade iraniana e vários funcionários de segurança.

Leia Também: Irão. Ativistas apelam à realização de manifestações em massa no sábado

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