Rússia adverte Israel para consequências de fornecer armas a Kyiv

A Rússia advertiu hoje Israel de que se fornecer armas à Ucrânia irá prejudicar as relações entre Moscovo e Telavive, depois de um ministro israelita ter admitido a entrega de armamento a Kyiv.

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© Reuters

Lusa
17/10/2022 15:08 ‧ 17/10/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Aparentemente, Israel pretende também fornecer armas ao regime de Kyiv. Um passo muito insensato. Irá destruir todas as relações interestatais entre os nossos países", afirmou o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia ex-chefe de Estado, Dmitri Medvedev.

Numa declaração na rede social Telegram, Medvedev acusou o Governo ucraniano de ser nazi, uma das justificações dadas por Moscovo para a invasão do país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano.

"Basta olhar para os símbolos [nazis] usados pelos seus atuais capangas", disse, referindo-se às tatuagens usadas por alguns membros do batalhão ultranacionalista ucraniano Azov, segundo a agência espanhola EFE.

O ministro da Diáspora israelita, Nachman Shai, condenou, no domingo, o alegado fornecimento de mísseis balísticos iranianos à Rússia e defendeu a entrega de armas à Ucrânia por parte de Israel.

"Não há dúvida de qual o lado que Israel deveria escolher neste conflito sangrento. Chegou o momento de a Ucrânia receber de Israel o mesmo apoio militar que recebe dos Estados Unidos e da NATO", disse Shai.

Uma porta-voz do primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, disse à AFP que o seu gabinete não comentaria as observações de Medvedev.

Até agora, as autoridades israelitas limitaram a sua cooperação com a Ucrânia à ajuda humanitária e à entrega de equipamento não letal, a fim de não prejudicar a sua relação com Moscovo.

A ajuda militar de Teerão a Moscovo tem passado pelo fornecimento de drones [aeronaves não tripuladas) Shahed, rebatizado pela Rússia como Guran-2, com o qual o exército russo destrói infraestruturas civis ucranianas.

De acordo com o Instituto de Estudos de Guerra norte-americano, o Irão também forneceu alegadamente drones Arash-2 e mísseis balísticos, algo que Teerão nega categoricamente.

Os aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo Portugal, têm fornecido ajuda militar a Kyiv.

Algumas das armas norte-americanas e europeias permitiram às forças armadas ucranianas lançar recentemente uma contraofensiva e recuperar território que estava sob ocupação russa.

A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será consideravelmente elevado.

Leia Também: AO MINUTO: Três mortos em Kyiv; Ucrânia quer Rússia fora do G20

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