"Aparentemente, Israel pretende também fornecer armas ao regime de Kyiv. Um passo muito insensato. Irá destruir todas as relações interestatais entre os nossos países", afirmou o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia ex-chefe de Estado, Dmitri Medvedev.
Numa declaração na rede social Telegram, Medvedev acusou o Governo ucraniano de ser nazi, uma das justificações dadas por Moscovo para a invasão do país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano.
"Basta olhar para os símbolos [nazis] usados pelos seus atuais capangas", disse, referindo-se às tatuagens usadas por alguns membros do batalhão ultranacionalista ucraniano Azov, segundo a agência espanhola EFE.
O ministro da Diáspora israelita, Nachman Shai, condenou, no domingo, o alegado fornecimento de mísseis balísticos iranianos à Rússia e defendeu a entrega de armas à Ucrânia por parte de Israel.
"Não há dúvida de qual o lado que Israel deveria escolher neste conflito sangrento. Chegou o momento de a Ucrânia receber de Israel o mesmo apoio militar que recebe dos Estados Unidos e da NATO", disse Shai.
Uma porta-voz do primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, disse à AFP que o seu gabinete não comentaria as observações de Medvedev.
Até agora, as autoridades israelitas limitaram a sua cooperação com a Ucrânia à ajuda humanitária e à entrega de equipamento não letal, a fim de não prejudicar a sua relação com Moscovo.
A ajuda militar de Teerão a Moscovo tem passado pelo fornecimento de drones [aeronaves não tripuladas) Shahed, rebatizado pela Rússia como Guran-2, com o qual o exército russo destrói infraestruturas civis ucranianas.
De acordo com o Instituto de Estudos de Guerra norte-americano, o Irão também forneceu alegadamente drones Arash-2 e mísseis balísticos, algo que Teerão nega categoricamente.
Os aliados ocidentais da Ucrânia, incluindo Portugal, têm fornecido ajuda militar a Kyiv.
Algumas das armas norte-americanas e europeias permitiram às forças armadas ucranianas lançar recentemente uma contraofensiva e recuperar território que estava sob ocupação russa.
A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será consideravelmente elevado.
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