Em comunicado, o ministério acrescentou que os atuais e antigos pilotos "já estão sujeitos à Lei dos Segredos Oficiais" e acrescentou que o "uso de contratos de confidencialidade está a ser revisto", enquanto a nova lei de segurança interna do Reino Único "vai criar ferramentas adicionais para erradicar desafios de segurança contemporâneos, como este".
Os pilotos, alguns com idade acima dos 50 anos e há muito aposentados do Exército, têm experiência em pilotar jatos e helicópteros velozes e uma variedade de aviões de guerra da geração anterior, como Typhoons, Jaguars, Harriers e Tornados.
Nenhum dos pilotos recrutados pela China operou o F-35, o caça mais avançado e caro da frota britânica.
As autoridades chinesas terão negociado os contratos por meio de intermediários, entre os quais uma academia de pilotagem com sede na África do Sul.
O recrutamento, que o ministério britânico diz ser anterior à pandemia da covid-19, ganhou força nos últimos meses. Entre os pilotos britânicos estão ex-membros da Royal Air Force e outros ramos das Forças Armadas.
Um porta-voz do ministério da Defesa britânico, citado pelo jornal The New York Times, salientou que estão a ser tomadas "medidas decisivas" para travar o recrutamento de ex-pilotos e pilotos ativos do Exército britânico.
Nenhum dos pilotos aposentados é suspeito de violar a Lei de Segredos Oficiais, que cobre espionagem, sabotagem e outros crimes.
O Reino Unido carece, no entanto, de ferramentas legais para impedir que pilotos aposentados aceitem contratos para treinar o exército chinês. Os contratos ascendem a cerca de 270.000 dólares (274.000 euros) por ano.
Embora os pilotos treinem os colegas chineses em aviões desenvolvidos pela China, os chineses estão ansiosos para aprender sobre as táticas e procedimentos britânicos e ocidentais, de acordo com o funcionário.
As relações entre o Reino Unido e a China deterioraram-se nos últimos anos, com o governo de Londres a denunciar a campanha repressiva lançada por Pequim contra ativistas pró-democracia em Hong Kong, uma antiga colónia britânica.
Em julho de 2020, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson proibiu a compra de equipamentos da Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações, para as infraestruturas do país, por motivos de segurança nacional.
A atual primeira-ministra britânica, Liz Truss, endureceu ainda mais a posição do Reino Unido. É esperado que Truss designe a China como uma "ameaça" na versão atualizada da política de Defesa.
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