A explosão foi registada às 09h40 (06h30 em Lisboa), perto de uma dependência onde o pessoal da cadeia recolhe as encomendas com comida e outros bens enviados aos reclusos pelos familiares.
De acordo com um comunicado da junta militar, a sala onde ocorreu a detonação fica próxima da entrada principal do estabelecimento prisional, tratando-se de um ataque terrorista.
"O terrorista colocou a bomba dentro de uma das encomendas e provocou a explosão", refere o documento acrescentando que durante a evacuação do edifício foi encontrada "outra bomba dentro de um outro pacote e que foi desativada".
Na sequência da explosão morreram três trabalhadores da prisão e cinco civis.
A maior parte dos 18 feridos são civis, excetuando cinco que são funcionários do estabelecimento prisional.
Imagens do local mostram manchas de sangue e vidros partidos.
De acordo com o jornal independente birmanês Myanmar Now foram ouvidos disparos de armas de fogo após a explosão.
Os disparos foram feitos pelos guardas que se encontravam numa torre de vigilância e provocaram a fuga dos visitantes que se encontravam na entrada do edifício.
Outro testemunho, recolhido pela mesma publicação, indica que os guardas dispararam "de forma indiscriminada" contra a "população" e que as balas atingiram várias pessoas.
No comunicado oficial, a Junta Militar não refere os disparos de armas de fogo.
As autoridades encerraram o estabelecimento prisional aos visitantes dos presos. Na maior cadeia de Myanmar (antiga Birmânia), situada a norte da cidade de Rangum, encontram-se cerca de dez mil reclusos.
Segundo a imprensa local, o "ataque" não foi reclamado sendo que a Junta Militar anunciou que vai "tomar medidas contra os terroristas, de acordo com a lei".
Desde o golpe de Estado militar de fevereiro de 2021 que derrubou o governo democrático, vários grupos políticos da oposição optaram por recorrer à luta armada contra o regime no poder.
O autodenominado Governo de Unidade Nacional, leal à líder detida Aung Saan Suu Kyi criou as próprias Forças Armadas que costumam atuar nas zonas de fronteira.
A Associação de Assistência aos Presos Políticos, um grupo de defesa de direitos humanos birmanês, indica que, pelo menos, 2.367 morreram na sequência da repressão das autoridades militares e que mais de 12.600 pessoas foram presas de forma arbitrária.
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