Costa, Sánchez e Macron reúnem-se em Bruxelas na quinta-feira

Os primeiros-ministros de Portugal e Espanha e o Presidente de França reúnem-se na quinta-feira em Bruxelas, antes do Conselho Europeu dedicado à crise energética, disseram hoje à Lusa fontes europeias.

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Lusa
19/10/2022 13:21 ‧ 19/10/2022 por Lusa

Mundo

Crise/Energia

O encontro entre António Costa, Pedro Sánchez e Emmanuel Macron, para abordar as ligações para transporte de energia através dos Pirenéus, tinha sido anunciado pelo Presidente francês em 7 de outubro, no final de um encontro informal de líderes da União Europeia (UE) em Praga, quando afirmou que os três se iriam reunir dentro de dias em Paris.

Segundo fontes europeias - e também do Governo espanhol, citadas hoje por meios de comunicação social em Espanha -, o encontro ocorrerá, afinal, em Bruxelas, na quinta-feira de manhã, antes do início do Conselho Europeu agendado para os próximos dois dias, dedicado à crise energética.

Portugal e Espanha têm persistido no avanço do projeto de um novo gasoduto nos Pirenéus, conhecido como MidCat, para transporte de gás e, no futuro, de hidrogénio, insistindo os dois países na ideia que a Península Ibérica tem infraestruturas para ser uma nova porta de entrada de gás natural na UE e assim ajudar a acabar com a dependência do fornecimento russo.

Países como a Alemanha já manifestaram apoio ao projeto, mas o MidCat conta com a oposição de França, que invoca questões ambientais e de rentabilidade e diz que, além disso, não conseguiria responder à crise energética imediata, gerada pelo corte de abastecimento russo.

"Verei, dentro de uns dias, em Paris, o primeiro-ministro Sánchez e o primeiro-ministro Costa, e vamos encontrar acordos muito pragmáticos a três, porque é assim que fazemos as coisas e as fazemos bem, à europeia", afirmou Macron, em Praga no dia 07 de outubro.

O Presidente francês acrescentou que "França está a favor da interconexão e a favor de uma Europa solidária".

Na semana passada, no dia 14, António Costa afirmou que França "não vai seguramente querer estar isolada" na posição comum de apoio ao novo gasoduto ibérico.

O primeiro-ministro português falava em Berlim, no final de um encontro com os líderes dos Governos de Espanha e Alemanha, em que abordaram a questão da crise energética e as respostas que deve dar a UE.

"Temos trabalhado os três [Portugal, Espanha e Alemanha] para que a França se possa mostrar de novo aberta a esta solução (...). À volta do Conselho não vai seguramente querer estar isolada nesta posição que é comum", disse António Costa aos jornalistas, referindo que o executivo de Paris nem sempre esteve contra este projeto.

O primeiro-ministro português acrescentou que existem agora dois "novos argumentos" que devem convencer Emmanuel Macron a apoiar o Midcat: a capacidade para transportar também hidrogénio verde e a necessidade de alternativas ao gás russo.

Costa assumiu que França seria a "solução natural" de passagem do gasoduto, mas não descartou "outras soluções mais difíceis e mais caras".

Leia Também: Crise/Energia. Bruxelas favorável a limite de preço para gás russo

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