Os confrontos ocorreram terça e quarta-feira na cidade de Gbeji, segundo o presidente do partido Congresso da Juventude de Benue (BYC, no acrónimo em inglês), Ongu Anngu, citado pela agência Efe.
O balanço anterior era de 18 mortos e segundo o conselheiro de segurança do estado de Benue, Paul Hemba, citado pelo portal nigeriano The Cable, a grande maioria dos mortos no ataque eram residentes na cidade.
Paul Hemba não descartou na ocasião que o número de mortos aumentasse para 23, como se confirmou e era adiantado por fontes locais ao portal, sob condição de anonimato.
Um morador de Ukum, Usman Ladan, explicou à Efe que os problemas começaram na terça-feira, quando moradores, a maioria agricultores, mataram alguns pastores em Gbeji.
"Os pastores, após o incidente, mobilizaram-se em várias comunidades do estado e atacaram", explicou Ladan.
"As pessoas tentaram repeli-los e a violência continuou por dois dias, com mais de 20 mortos no final", acrescentou.
Ladan disse que muitas pessoas que ficaram gravemente feridas no incidente foram levadas ao hospital.
A Efe não conseguiu contactar a porta-voz da polícia do estado de Benue, Catherine Anene, para comentar a situação.
No entanto, o comissário de polícia de Benue, Wale Abass, confirmou o incidente à imprensa em Makurdi, capital do estado.
Abass explicou que os confrontos começaram depois de dois pastores Fulani terem sido mortos por moradores de Gbeji e o incidente levou à retaliação dos pastores, que atacaram com armas, algumas de fogo.
O comissário acrescentou que um número não especificado de pessoas morreu, incluindo um polícia.
O estado de Benue, um dos principais produtores de alimentos da Nigéria, tem visto aumentar a violência entre agricultores locais predominantemente cristãos e pastores muçulmanos Fulani devido à escassez de terras nos últimos anos.
Em junho passado, 37 pessoas foram confirmadas mortas após alegados ataques de pastores na aldeia de Igama, uma comunidade agrícola em Benue.
A insegurança tem aumentado nos últimos meses na Nigéria, a nação mais populosa da África, especialmente na metade norte do território.
Os problemas de violência são de natureza variada e vão desde a luta contra o fundamentalismo islâmico e incidentes de violência intercomunitária até aos sequestros em massa ocorridos no centro-norte e noroeste do país por homens armados, devido aos lucrativos resgates que obtêm.
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