Uma semana após o crime hediondo em Paris que tirou a vida a Lola Daviet, a comoção ainda é geral, mas o debate vai sendo cada vez mais político.
A homicida, Dahbia B. é uma mulher de 24 anos de origem argelina com uma grave doença psiquiátrica, que está em França de forma ilegal. Chegou ao país em 2016, com um visto de estudante, que entretanto caducou. Em agosto deste ano, Dahbia B. recebeu uma notificação das autoridades a avisar que tinha 30 dias para abandonar o território.
Há cerca de uma semana, violou e assassinou brutalmente uma menina de 12 anos, colocando-a depois num baú.
O crime hediondo tornou-se agora numa arma política e a primeira-ministra, Elisabeth Borne, foi obrigada a pedir "decência" a Marine Le Pen na última terça-feira na Assembleia Nacional quando esta atribuiu o crime ao "laxismo imigratório " do Executivo francês.
"A suspeita deste ato bárbaro não deveria estar no nosso país. O que a impede de finalmente acabar com esta imigração clandestina e descontrolada?", questionou, numa sessão parlamentar, dirigindo-se à primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne
Das fileiras do governo e de outros partidos, criticava-se a instrumentalização política da dor”. "É totalmente indecente usar tal crime para tentar introduzir a questão da migração que não tem nada a ver com isso”, disse Olivier Faure, secretário-geral dos Socialistas.
Os pais da menina já pediram aos líderes partidários para que não utilizem a morte da filha para fins políticos e honrem a sua memória "com paz, respeito e dignidade".
Uma equipa de psicólogos acompanhou os pais e a comunidade escolar, que, segundo meios de comunicação locais, ainda tenta voltar às rotinas depois do choque.
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