A Agência Internacional de Energia Atómica anunciou esta segunda-feira que vai fazer uma visita a dois locais nucleares ucranianos, depois das alegações da Rússia de que as forças da Ucrânia estão a preparar um ataque com materiais radioativos.
Num comunicado, assinado pelo diretor da agência, Rafael Grossi, "ambas as localizações cumprem as guias de segurança da AIEA e têm sido visitadas regularmente por inspetores da AIEA".
Ainda assim, Grossi "enviou um pedido escrito à Ucrânia para enviar equipas de inspetores para fazer atividades de monitorização nas duas localizações".
"A AIEA inspecionou uma destas localizações há um mês e todas as conclusões foram consistentes com os parâmetros de segurança da agência. Nenhum material ou atividade nuclear não-declarada foram encontrados", garantiu Grossi.
Safeguards inspectors to visit two nuclear locations in #Ukraine, IAEA’s @RafaelMGrossi says after receiving request from Ukraine. https://t.co/J36rBgf4dO pic.twitter.com/v0JDdBrKiZ
— IAEA - International Atomic Energy Agency (@iaeaorg) October 24, 2022
Nos últimos dias, Moscovo tem insistido na teoria de que a Ucrânia poderá usar uma "bomba suja", um ataque que incluíra material radiativo. Os aliados da NATO, contudo, avisam que este pode ser mais uma forma da Rússia arranjar um pretexto para ela própria usar armas químicas ou mesmo nucleares na guerra na Ucrânia.
Esta segunda-feira, a NATO e o Reino Unido voltaram a criticar a Rússia e a garantir que não existem quaisquer provas que demonstrem a preparação de uma "bomba suja" pela Ucrânia.
Vários especialistas ocidentais têm alertado que as constantes retiradas russas, que têm surgido depois da contraofensiva ucraniana ter recuperado um enorme número de localidades e cidades no nordeste e no sul, poderá motivar Vladimir Putin e as autoridades em Moscovo a utilizar armas nucleares.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos dá conta de que já morreram mais de 6.300 pessoas na guerra, mas adverte que o número deverá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar as baixas civis em zonas tomadas ou sitiadas pelos russos.
Leia Também: NATO e Reino Unido rejeitam ideia de "bomba-suja" ucraniana