Israel partilhou informações sobre drones iranianos com Estados Unidos

O Presidente de Israel, Isaac Herzog, disse terça-feira que partilhou informações com os Estados Unidos sobre o uso de drones iranianos na guerra na Ucrânia, pedindo uma resposta firme da comunidade internacional.

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Lusa
26/10/2022 06:26 ‧ 26/10/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Em visita a Washington, o chefe de Estado israelita encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, antes de uma reunião com o presidente Joe Biden na Casa Branca.

"As armas iranianas desempenham um papel fundamental na desestabilização do nosso mundo e a comunidade internacional deve aprender com isso, agora e no futuro", salientou Herzog.

"A comunidade internacional deve falar a mesma língua em relação ao Irão -- uma mensagem de firmeza, unidade e intransigência", acrescentou.

Num comunicado, o gabinete da presidência israelita disse que irá partilhar imagens com os Estados Unidos que os serviços de inteligência dizem mostrar semelhanças entre drones derrubados na Ucrânia e veículos testados no Irão em dezembro de 2021.

Nas últimas semanas, a Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusaram Moscovo de usar drones de fabrico iraniano em ataques.

O Irão rejeitou as acusações, enquanto o Kremlin argumentou que os ocidentais estão a tentar "pressionar" Teerão.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou na segunda-feira que a Rússia ordenou "cerca de 2.000 Shaheds iranianos", drones suicidas, para apoiar a sua invasão da Ucrânia, após vários desaires militares no terreno desde o início de setembro.

Falando no início reunião com Isaac Herzog, o secretário de Estado norte-americano e Israel estão "de mãos dadas contra as atividades perigosas, desestabilizadoras e aterrorizantes do Irão".

"O envio de drones do Irão para a Rússia para ajudar na agressão contra a Ucrânia e o seu povo está a resultar em consequências terríveis na Ucrânia", acrescentou Blinken.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

 

Leia Também: Uso de armas nucleares? Biden avisa que seria "erro incrivelmente sério"

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