O chefe do Gabinete da Presidência da Ucrânia, Andri Yermak, disse na rede social Telegram que dez militares ucranianos, nove soldados e um oficial, foram libertados do cativeiro pelas forças russas e que já se encontram na Ucrânia.
"Os nossos militares já estão em casa. Foi realizada mais uma troca de prisioneiros. [...] Continuamos a trabalhar até trazer todos os nossos para casa", sublinhou Yemak, que também citou o caso do "voluntário" norte-americano, "que lutou pela Ucrânia e morreu em batalha contra os invasores russos".
Joshua Alan Jones, um veterano de 24 anos do Exército norte-americano, foi morto em combate a 23 de agosto, indicou a Norman Brigade, um grupo que se autodenomina "unidade de combatentes voluntários ocidentais para a Ucrânia", na página do Facebook da organização, que foi também confirmado por Kiev.
Até agora, a Rússia ainda não comentou a troca de prisioneiros anunciada por Kiev.
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, asseverou hoje em Moscovo que as negociações para uma eventual troca de prisioneiros de guerra ou civis com os Estados Unidos só poderão ser concretizadas sob a condição de "sigilo e silêncio".
Segundo observa a Europa Press, Moscovo abre assim uma porta para o início de conversações que possam levar à libertação da jogadora de basquetebol norte-americana Britney Griner e do antigo fuzileiro Paul Whelan, acusado de espionagem, a cumprirem penas de prisão na Rússia, em troca do traficante de armas russo, Viktor Bout, condenado a 24 anos de prisão nos Estados Unidos.
Nas declarações à imprensa, Peskov recusou-se a avaliar a decisão da Justiça russa sobre Griner, cujo recurso foi negado, com o tribunal a confirmar a sentença de nove anos de prisão por contrabando de drogas para a Rússia.
Griner foi detida a 17 de fevereiro deste ano no aeroporto de Moscovo na posse de um vaporizador que continha 702 gramas de óleo de canábis e foi condenada a 04 de agosto, depois de um julgamento em que se considerou culpada e assumiu que cometeu um erro.
A Casa Branca, para quem a prisão de Griner é "injusta", propôs a troca da basquetebolista e do antigo fuzileiro Paul Whelan pelo traficante de armas tajique Viktor Bout, conhecido como o 'comerciante de guerra', preso nos Estados Unidos.
Tanto a Casa Branca quanto o Departamento de Estado norte-americano reagiram terça-feira à condenação de Griner e aproveitaram a oportunidade para ressaltar que estão envolvidos em negociações com o Kremlin para concluir a libertação dos dois norte-americanos.
"O Presidente (Joe Biden) mostrou que está disposto a fazer grandes esforços e tomar as decisões difíceis para trazer os norte-americanos para casa", disse na ocasião, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan.
A mais recente troca de prisioneiros aconteceu a 21 de setembro, quando a Rússia anunciou a libertação de 215 soldados ucranianos e 10 cidadãos estrangeiros, alguns deles combatentes pelo lado ucraniano.
Por sua vez, a Ucrânia libertou 55 pessoas, entre elas vários militares russos e um ex-deputado ucraniano pró-russo, num processo que contou com a mediação diplomática da Arábia Saudita e da Turquia.
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