Citada pelas agências internacionais, a agência da ONU registou 274,8 quilos no passado dia 08 contra os 182,3 quilos assinalados três meses antes, o que demonstra uma clara aceleração do ritmo de produção.
O Irão cumpriu, assim, o seu anúncio de instalar e utilizar mais maquinaria para enriquecer urânio a 60%.
No relatório é ainda notada a preocupação com a falta de progressos e de cooperação de Teerão, pelo que a AIEA "não estará em posição de dar garantias de que o programa nuclear do Irão é exclusivamente pacífico".
O aumento do ritmo de enriquecimento de urânio começou dias depois de o Conselho de Governadores da AIEA ter aprovado uma resolução a condenar o facto de o Irão não ter esclarecido que o seu programa nuclear é, como Teerão afirma, exclusivamente pacífico.
Em 2015, o Irão e as grandes potências chegaram a um acordo que limitava o âmbito e as capacidades do programa atómico iraniano em troca do levantamento das sanções.
Esse acordo foi enfraquecido, primeiro porque os Estados Unidos o abandonaram no primeiro mandato do Presidente Donald Trump e, depois, porque o Irão decidiu ignorar as suas obrigações.
No seu relatório publicado hoje, a AIEA recorda que o Irão é o único país sem arsenal nuclear que enriquece urânio a 60%.
Recorda também que já passaram quatro anos desde que o Irão suspendeu a aplicação do protocolo do Tratado de Não Proliferação Nuclear que permite inspeções mais rigorosas às suas instalações.
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