"O presidente do Conselho Soberano já tem uma agenda para um período de transição, com um diálogo nacional abrangente" e prevê "organizar eleições livres e transparentes sob a supervisão da comunidade internacional", disse Moawia Osman Mohamed Khair.
Apesar de as milícias rebeldes comandadas pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) controlarem partes significativas do território, o governante garantiu que, "com o apoio do povo sudanês, as forças armadas estão a restaurar a segurança e a estabilidade em todo o país".
"Foi erradamente descrito como uma luta de poder entre dois lados, esquecendo-se que na realidade estamos a combater uma milícia que comete atrocidades há muito tempo", disse.
"Esta descaracterização dá luz verde às milícias para perpetrarem massacres e destruírem instalações, atacando civis e condenando-os a deslocações forçadas", acrescentou o ministro, que denunciou também o apoio externo de alguns países às RSF.
Na recente Conferência de Segurança de Munique, o ministro dos Negócios Estrangeiros sudanês, Ali al-Sharif, afirmou que a guerra civil, que começou em abril de 2023, pode terminar se os Emirados Árabes Unidos, um dos principais fornecedores de armas às RSF, forem pressionados a retirar o seu apoio aos rebeldes.
Os confrontos entre os paramilitares das RSF, de Mohamed Hamdane Daglo, e o exército do general Abdel Fattah al-Burhane, já fizeram dezenas de milhares de mortos.
Enquanto o exército controla o leste e o norte do Sudão, os paramilitares mantêm o controlo sobre a quase totalidade do Darfur, uma vasta região no oeste do país onde vive um quarto dos 50 milhões de pessoas do país.
As agências das Nações Unidas indicaram que, desde o início da guerra civil, cerca de 12 milhões de pessoas foram deslocadas, 3,5 milhões das quais fugiram do Sudão.
Ao mesmo tempo, quase dois terços da população necessitam de ajuda de emergência, com regiões inteiras a enfrentar condições de fome.
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