"A situação não está a ficar fora de controlo", disse Ahmed Ogwell, na conferência de imprensa semanal deste organismo.
Dos 2.694 contactos documentados - pessoas expostas ao Ébola por um doente confirmado -, 98% já estão a ser monitorizados, disse Ogwell. "Dá-nos conforto saber a evolução deste surto em particular", acrescentou.
O rastreio dos contactos é fundamental para travar a propagação de doenças contagiosas como o Ébola.
O Uganda declarou um surto de Ébola, da estirpe do Sudão, em 20 de setembro, vários dias depois de a doença contagiosa ter começado a espalhar-se numa comunidade agrícola rural no centro do Uganda a cerca de 150 quilómetros da capital, Kampala. Ficou, então, marcada a primeira vez que esta espécie - uma das seis no género Ebolavírus - foi detetada no país desde 2012.
O surto propagou-se para Kampala nos últimos dias, depois de alguns portadores da doença terem aí procurado tratamento. Seis crianças em idade escolar que frequentam três escolas diferentes estão entre os, pelo menos, 15 casos confirmados de Ébola na cidade, afirmou o ministro da Saúde na quarta-feira, o que suscitou receios de contágio.
Não existe, atualmente, uma vacina aprovada para a estirpe do Sudão, mas duas vacinas candidatas deverão ser testadas em ensaios clínicos que as autoridades dizem que serão lançadas dentro de dias. Encontram-se, por isso, a finalizar protocolos para o estudo antes que a Autoridade Nacional de Medicamentos emita licenças de importação das vacinas.
Até agora, o vírus já infetou 109 pessoas e matou 30, incluindo quatro profissionais de saúde.
O Ébola propaga-se por contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.
O Uganda já teve múltiplos surtos de Ébola, incluindo um em 2000 que matou mais de 200 pessoas. O surto de Ébola de 2014 a 2016, na África Ocidental, matou mais de 11.000 pessoas, o maior número de mortes de sempre.
Foi descoberto em 1976, depois de ter sido identificado em dois surtos simultâneos no Sul do Sudão e no Congo, perto de uma aldeia junto ao rio Ébola, o qual dá a denominação ao vírus.
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