Mundial. FBI investiga ex-agente da CIA que terá espiado pelo Qatar

Kevim Chalker terá ajudado o Qatar a vencer a candidatura para acolher o Mundial de 2022, através de meios de lobbying e vigilância alegadamente ilegais.

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Notícias ao Minuto
27/10/2022 20:11 ‧ 27/10/2022 por Notícias ao Minuto

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Mundial'2022

Um antigo funcionário da Central Intelligence Agency (CIA), a principal agência de espionagem dos Estados Unidos, está a ser investigado pela polícia federal (FBI) por ter ajudado o Qatar a vencer a candidatura do país ao Mundial Futebol de 2022, através de serviços de espionagem. Esta quinta-feira, a Associated Press avança que o agente terá também ajudado o Qatar a influenciar a perceção estrangeira sobre o país.

Segundo a agência de notícias, citando fontes anónimas dentro das autoridades, uma investigação de um mês do FBI ao trabalho de Kevin Chalker procurou descobrir se o antigo agente da CIA quebrou leis relativas a 'lobbying', a vigilância ilegal e a exportação de tecnologias e bens sensíveis. 

O objetivo de Chalker seria tornar a imagem do Qatar mais apelativa para políticos e governantes norte-americanos, de forma a tornar mais apelativo o investimento na pequena nação do Médio Oriente. Além disso, o seu trabalho também terá focado na deterioração da imagem de outros monarcas do Golfo Pérsico, como o Bahrein, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, conectando esses regimes ao financiamento de organizações terroristas.

Isto era feito através da empresa Global Risk Advisors, uma consultora de Chalker que terá sido contratada pelo Qatar para serviços de lobbying. Registos e entrevistas a que a AP teve acesso demonstram que Chalker e a sua equipa procurou marcar reuniões entre oficiais do Qatar e da CIA, criaram campanhas para enaltecer os aspetos positivos do Qatar e, ao mesmo tempo, tentaram minar a reputação de congressistas norte-americanos que alertassem para as infrações de direitos humanos do regime qatari.

Num caso específico, a empresa ter-se-á gabado de prejudicar um congressista, que promovei leis que desagradaram o Qatar, recorrendo ao uso de espionagem para recolher informação sobre o político.

A Associated Press conta que, no ano passado, a consultora espiou os rivais do Qatar na corrida ao acolhimento do Mundial de Futebol de 2022, chegando mesmo a criar perfis falsos de mulheres para seduzir altos cargos e encontrar informação que pudesse danificar o alvo em causa.

A empresa negou quaisquer serviços de inteligência ilegais para o Qatar, e negou ter conhecimento sequer de uma investigação do FBI a Kevin Chalker. No entanto, um documento interno divulgado pela AP cita a Global Risk Advisors, que diz que tem "protegido consistentemente o Qatar, atacando os atacantes".

Chalker começou a trabalhar no Qatar como agente da CIA nos anos 2000 e, depois de ter ajudado o Qatar a vencer o Mundial que se realiza este ano, o regime tornou-se no principal cliente da sua empresa.

Leia Também: Aumentam as críticas ao Mundial no Qatar. Afinal, o que está em causa?

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