Numa conversa telefónica, na qual os dois líderes destacaram "a forte aliança entre a Itália e a Alemanha", Meloni e Scholz falaram sobre a situação energética, a guerra na Ucrânia, a crise migratória e o crescimento económico, indicou o Governo italiano.
"As conversas concentraram-se na guerra na Ucrânia. Meloni lembrou o compromisso de Itália em apoiar Kiev nas frentes política, militar, económica e humanitária, e mostrou-se consciente de como é crucial a reconstrução da Ucrânia", indicou o gabinete, em comunicado.
Além disso, a nova líder do Governo de Itália, que faz parte da coligação de direita e extrema-direita vencedora das eleições legislativas de 25 de setembro, e o chanceler alemão "abordaram a questão da energia, à luz das conclusões do último Conselho Europeu", tendo Meloni "reiterado a importância dos progressos realizados a nível europeu e a urgência de adotar, o mais rapidamente possível, medidas concretas para reduzir os preços".
"Durante a conversa, Meloni e Scholz falaram também sobre a gestão europeia dos fluxos migratórios e a questão do crescimento económico", concluiu a mesma fonte.
Meloni, que tomou posse do Governo no sábado passado, anunciou hoje que estará presente em Bruxelas no dia 3 de novembro para "uma reunião com os responsáveis das instituições europeias", nomeadamente a Comissão Europeia e o Conselho Europeu.
A líder do partido de extrema-direita Irmãos da Itália, à frente da coligação formada pelo Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, tem tentado tranquilizar os seus parceiros internacionais, mostrando um espírito pró-europeu, embora não poupe críticas à União Europeia.
Admitindo que existe curiosidade sobre a atitude que o Governo vai tomar em relação a Bruxelas, Meloni garantiu que não quer sabotar a União Europeia, "mas sim torná-la mais eficaz", com propostas construtivas.
Por outro lado, a primeira-ministra italiana manteve, na quinta-feira, numa conversa telefónica com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, na qual manifestou o seu "pleno apoio à Ucrânia contra a agressão russa" e à Aliança Atlântica, que considerou indispensável para salvaguardar a "identidade ocidental".
No seu discurso de posse perante o parlamento, realizado na terça-feira passada, Melioni apresentou um programa de Governo para os próximos cinco anos no qual sublinhou que a Itália continuará a ser um parceiro leal da NATO e, citando o "bravo povo ucraniano", confirmou que irá respeitar os compromissos para ajudar Kiev a defender-se da "chantagem do [Presidente russo, Vladimir] Putin".
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