RDCongo acelera recrutamento militar para combater "agressão"

O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo) apelou aos congoleses para se alistarem no exército para combater a "agressão" do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), que diz ter o apoio do vizinho Ruanda.

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Lusa
04/11/2022 10:57 ‧ 04/11/2022 por Lusa

Mundo

RDCongo

"Renovo aos nossos jovens que sentem a vocação para se alistarem de maneira massiva nas nossas Forças Armadas, e reitero as instruções dadas ao chefe de Estado Maior para que acelere o estabelecimento de centros de recrutamento", disse o chefe de Estado num discurso emitido pela televisão nacional.

De acordo com a agência espanhola de notícias, a Efe, Félix Tshisekedi lançou o apelo num contexto de escalada dos combates desde final de outubro no nordeste do país, entre o M23 e as Forças Armadas da RDCongo, depois de alguns meses em que a situação esteve mais calma.

Os últimos combates, que permitiram aos rebeldes ganhar o controlo de várias localidades, obrigaram ao êxodo de mais de 200 mil pessoas, segundo disse o Presidente.

Kinshasa acusa o Ruanda de apoiar o M23, uma ação que o governo de Kigali sempre negou, apesar de um relatório de peritos das Nações Unidas, no princípio de agosto, ter confirmado a ajuda.

Por seu turno, o Ruanda acusa a RDCongo de apoiar as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo rebeldes criado por alguns dos líderes do genocídio de 1994 e por ruandeses refugiados na RDCongo e à espera de retomar o poder em Kigali.

"Com a falaciosa acusação de que as Forças Armadas apoiam as FDLR, o Ruanda, na verdade, tem tendências expansionistas com o interesse principal de se apropriar dos nossos minerais e, para isso, está a tentar desestabilizar o este do Congo", afirmou Tshisekedi.

O M23 foi criado em 2012, quando soldados congoleses revoltaram-se devido à perda de poder do seu líder, Bosco Ntaganda, julgado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra, e devido a alegadas incumprimentos do acordo de paz celebrado a 23 de março de 2009, que deu nome ao movimento.

O este da RDCongo leva mais de duas décadas mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeles e pelo Exército, apesar da presença da missão de paz das Nações Unidas (Monusco), que tem cerca de 14 mil efetivos.

Leia Também: Papa viaja para a RDCongo e Sudão do Sul em fevereiro

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