Zelensky acusa Irão de mentiras e "cooperação terrorista" com a Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão reconheceu, pela primeira vez, que Teerão forneceu drones a Moscovo. "Mas mesmo nesta confissão, eles mentiram", acusou Zelensky.

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© GENYA SAVILOV/AFP via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
05/11/2022 19:29 ‧ 05/11/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comentou, este sábado, as declarações de responsáveis do Irão, que reconheceram ter fornecido drones à Rússia. No seu habitual discurso à nação, o chefe de Estado acusou o país de "mentir" ao afirmar que a transferência aconteceu antes do início da invasão russa da Ucrânia e também de fazer parte de uma "cooperação terrorista".

“Hoje houve mensagens do Irão, de representantes oficiais. Decidiram admitir que forneceram drones para o terror russo. Mas mesmo nesta confissão, eles mentiram”, afirmou Zelensky.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, reconheceu que Teerão forneceu drones a Moscovo. “Demos um número limitado de drones à Rússia meses antes da guerra da Ucrânia”, disse Amirabdollahian aos jornalistas em Teerão, após funcionários iranianos terem negado armar a Rússia para a guerra contra a Ucrânia.

No entanto, segundo Zelensky, “pelo menos dez drones iranianos são abatidos todos os dias” e o “regime iraniano afirma que, alegadamente, deu poucos e mesmo antes do início da invasão em grande escala”. “Sabemos com certeza que os instrutores iranianos ensinaram os terroristas russos a usar drones, e Teerão é geralmente silencioso a este respeito”, atirou.

“Se o Irão continuar a mentir sobre o óbvio, isso significa que o mundo fará ainda mais esforços para investigar a cooperação terrorista entre os regimes russo e iraniano e o que a Rússia está a pagar ao Irão por tal cooperação”, acrescentou. 

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

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