Legado colonial e do esclavagismo ainda prejudica crianças africanas

O Grupo de Trabalho de Peritos das Nações Unidas sobre descendentes africanos disse hoje que o legado do esclavagismo e a segregação pós-colonial continuam a prejudicar o desenvolvimento das crianças de descendência africana.

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Lusa
08/11/2022 11:00 ‧ 08/11/2022 por Lusa

Mundo

ONU

"Devido à discriminação racial, estereótipos raciais e xenofobia sistemática, as crianças de descendência africana não são consideradas crianças de todo", disse a presidente do Grupo, Catherine Namakula, na apresentação do relatório à Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Criticando os preconceitos contra os afrodescendentes em áreas como a administração da justiça, aplicação da lei, educação e saúde, os peritos da ONU vincam que "em toda a diáspora, estas crianças enfrentam um policiamento mais pesado, incluindo mais detenções, vigilância policial, perfis raciais, buscas corporais e uso excessivo de força".

A infância destas crianças, lê-se ainda no comunicado divulgado pela ONU, "é roubada pelas disparidades raciais no policiamento e nas intervenções familiares, incluindo a retirada das crianças e a eliminação dos direitos parentais, com decisões e resultados baseados na raça".

Um dos exemplos apresentados é o das imagens de crianças de raça negra para mostrar condições pouco dignas: "Os peritos exortaram a ONU e outros atores a pararem de usar imagens de crianças africanas em circunstâncias indignas, para efeitos de marketing e de angariação de fundos, e lidar com os estereótipos negativos", lê-se no comunicado, que defende que "as crianças de descendência africana não são sinónimo de pobreza".

Leia Também: Fome ameaça oito milhões de pessoas no Sudão do Sul

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