As urnas encerraram na maioria dos condados em Indiana e Kentucky às 23:00 de Lisboa, mas os resultados finais podem levar dias a serem conhecidos em alguns estados, segundo alertaram as autoridades norte-americanas.
O último Estado a encerrar as urnas será o Alasca, que conta com dois fusos horários, terminando as eleições intercalares às 06:00 de Lisboa.
Atingido por uma inflação recorde, o Presidente democrata, de 79 anos, corre o risco de perder o controlo da Câmara dos Representantes e do Senado nestas intercalares, que são tradicionalmente desfavoráveis ao partido no poder.
O seu antecessor, Donald Trump, que apoia vigorosamente um grande número de candidatos republicanos, está a apostar no sucesso nestas eleições para anunciar uma recandidatura presidencial em 2024.
No último comício, o magnata republicano prometeu "um anúncio muito grande" em 15 de novembro.
As eleições intercalares norte-americanas que hoje se realizam determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.
Em disputa estarão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.
As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias de Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.
De acordo com sondagens divulgadas hoje pela Associated Press (AP), CNN e CBN, os eleitores norte-americanos estão profundamente desagradados com a situação atual nos Estados Unidos, demonstrando preocupação com a alta inflação, e desaprovam a governação de Joe Biden.
Metade dos eleitores refere que a inflação influenciou significativamente o seu voto, visto que produtos alimentares, gasolina, habitação e outras despesas dispararam este ano, dando espaço aos Republicanos para criticarem o Presidente Joe Biden.
Um pouco menos - 44% - disseram que o futuro da democracia era a sua principal consideração, sendo que durante a campanha, Biden alertou para a ameaça à democracia representada pelos Republicanos, e em particular pelos pró-Donald Trump.
Por outro lado, os Democratas procuram aproveitar a indignação do seu eleitorado com a decisão do Supremo Tribunal em anular a lei Roe v. Wade, a decisão de 1973 que consagrava o direito ao aborto. De forma geral, sete em cada dez eleitores disseram que a decisão foi um fator importante para as decisões de voto nas intercalares.
A criminalidade também foi um fator importante para a maioria dos eleitores, com metade a referir que o Governo de Biden tornou o país menos seguro na sondagem da AP.
Segundo a sondagem da estação CNN, 39% dos eleitores nestas intercalares estão insatisfeitos com o rumo do país, 34% sentem 'raiva', 20% estão satisfeitos e 5% entusiasmados.
Quanto à opinião sobre o papel de Joe Biden enquanto Presidente norte-americano, 54% desaprova a sua governação e apenas 18% votaram em apoio ao Democrata, face aos 32% que votaram contra e 48% que referiram que Biden não foi um fator para o seu voto.
Na sondagem da cadeia NBC, com as mesmas percentagens na avaliação das políticas, 45% aprovam o desempenho de Joe Biden, a mesma percentagem registada nas intercalares de 2018 para o então Presidente, Donald Trump, mas enquanto 31% declaravam estar fortemente a favor do Republicano, apenas 19% o expressou hoje em relação a Biden.
À pergunta sobre o estado da democracia norte-americana, 70% declararam que está ameaçada, incluindo 72% de eleitores Democratas e 68% de Republicanos, notando-se uma divisão sobre o que afeta o regime.
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