Relações entre Rússia e EUA? Más seja qual for o resultado das eleições
As relações entre a Rússia e os Estados Unidos continuarão más, como atualmente, independentemente do resultado das eleições intercalares norte-americanas de terça-feira, declarou hoje a presidência russa.
© Mikhail Svetlov/Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"Estas eleições, no essencial, não podem mudar nada. As nossas relações são más de momento e continuarão a ser más", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
Peskov admitiu que as eleições de terça-feira são importantes, mas considerou que não se deve sobrestimar o seu peso para o futuro das relações entre Moscovo e Washington "a curto e médio prazo".
As relações entre os dois países deterioraram-se significativamente depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, mergulhando a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os resultados parciais das eleições intercalares norte-americanas mostravam hoje uma ligeira vantagem republicana na Câmara dos Representantes, enquanto a composição do Senado, controlado pelos democratas, ainda está por determinar.
Uma maioria republicana nas duas câmaras do Congresso poderá criar dificuldades ao democrata Joe Biden na segunda metade do seu mantado presidencial, incluindo um potencial bloqueio da ajuda à Ucrânia, como admitiu à Lusa o investigador e professor da Nova School of Law, Felipe Pathé Duarte.
No entanto, uma inversão total da posição de Washington em relação à guerra na Ucrânia tem sido considerada pouco provável.
As relações entre Moscovo e Washington foram mais próximas durante a presidência de Donald Trump (2017-2021), pelo que os analistas têm considerado que um resultado favorável ao antecessor de Biden agradaria ao Kremlin.
Nos últimos anos, a Rússia tem sido acusada de interferência nas eleições nos Estados Unidos -- incluindo nas presidenciais de 2016, que levaram Trump ao poder - através de campanhas de influência nas redes sociais.
As autoridades norte-americanas denunciaram recentemente ações concertadas entre grupos de piratas informáticos da Rússia e do Irão para interferirem nas eleições intercalares.
"Estamos tão habituados a estas acusações que já nem sequer lhes damos atenção", disse Peskov no encontro de hoje com a imprensa, segundo a AFP.
Apesar desta desvalorização do Kremlin, o empresário russo Yevgeny Prigozhin, próximo do Presidente Vladimir Putin, admitiu, na segunda-feira, a interferência de Moscovo nas eleições norte-americanas.
"Nós interferimos. Interferimos e continuaremos a fazê-lo. Cuidadosamente, de forma precisa, cirúrgica, à nossa maneira única", disse Prigozhin, também conhecido como o "cozinheiro de Putin" por ter sido durante algum tempo um dos fornecedores das cozinhas do Kremlin.
No final de setembro, Prigozhin reconheceu ter fundado o grupo paramilitar Wagner, em 2014, que agora está a lutar na Ucrânia, admitindo a sua presença em África, Médio Oriente e América Latina.
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