"O parlamento Pan-Africano rejeita e condena veementemente os atos bárbaros, terríveis e cobardes cometidos pelos terroristas contra o povo de Moçambique, especialmente contra as mulheres, crianças e idosos", refere o documento, a que a Lusa teve acesso.
"Condena igualmente quem financia, fornece armamento e instiga o terrorismo e o extremismo violento em Moçambique e na África em geral", acrescentou, sem identificar as fontes do conflito armado.
A moção, aprovada por unanimidade e aclamação dos representantes da União Africana (UA), surgiu no encerramento da 1.º sessão ordinária deste ano, realizada na manhã desta quinta-feira, em Joanesburgo, logo após um debate sobre a violência armada no continente, em que se felicitava o acordo de paz alcançado entre o Governo etíope e as autoridades rebeldes do Tigray, na semana passada, na África do Sul, segundo avançou fonte do parlamento à Lusa.
No documento, os deputados moçambicanos reconheceram os esforços da União Africana (UA), e de países africanos envolvidos a nível militar e diplomático na resolução do conflito armado na província de Cabo Delgado, norte do país vizinho.
"Louva o apoio que Moçambique tem recebido dos Estados-membros da União Africana no que respeita à ocorrência de ataques terroristas que, desde 2017, causaram mais de duas mil mortes e mais de 600 mil deslocados na província de Cabo Delgado, no norte do país", lê-se no documento.
Todavia, a moção não fez referência aos esforços ocidentais de mediação, apoio militar e financeiro, nomeadamente por parte de Portugal e de outros países da União Europeia (UE), no combate ao terrorismo no país africano lusófono.
De acordo com o documento, a "manifestação de apoio" contra o terrorismo em Moçambique "deve alargar-se ao reforço da capacidade de combate das suas forças de defesa e segurança", referiu, salientando que o PAP "está seguro de que Moçambique continuará a receber apoio moral, político e de outra natureza pertinente para lutar contra o terrorismo em Cabo Delgado".
Os deputados moçambicanos apelaram ainda ao "auxílio" dos chefes de Estado e de Governo africanos para "combater o flagelo do terrorismo e do extremismo violento que ameaça afetar toda a região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]".
A 1.ª sessão ordinária da 6.ª legislatura do parlamento Pan-Africano, que elegeu em agosto o seu órgão máximo, realizou-se de 24 de outubro a 10 de novembro, na sede da instituição, em Midrand, norte de Joanesburgo.
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