A cidade de Kherson é a capital da região com o mesmo nome, mas foi reocupada pelas forcas de Kiev na sexta-feira, após a retirada das tropas russas para a margem esquerda do Rio Dniepre.
"Hoje, a capital administrativa provisória da região de Kherson é Genichesk. Todas as principais autoridades estão aí concentradas", disse Alexander Fomin, da administração pró-russa à TASS, que usa a transliteração do nome russo da cidade ucraniana.
As tropas russas ocuparam Henichesk em 27 de fevereiro deste ano, quatro dias depois de terem invadido a Ucrânia.
A cidade tem o mesmo nome de um estreito que liga o sistema de lagoas que separa a Crimeia do resto da Ucrânia com o Mar de Azov.
Em outubro, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou um decreto que criou 20 administrações militares na região de Kherson, incluindo em Henichesk, de acordo com a agência Ukrinform.
Kherson é uma das quatro regiões anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia, juntamente com Zaporijia (sudeste), Donetsk e Lugansk (leste).
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia (sul) em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional consideram as anexações ilegais.
A TASS lembrou que a ordem de retirada foi dada pelo ministro da Defesa, Serguei Shoigu, em 09 de novembro, por sugestão do comandante das tropas russas na Ucrânia, general Serguei Surovikin.
Segundo Surovikin, "a decisão de retirar as forças está ligada, entre outras coisas, à ameaça de isolamento do grupo devido à inundação dos territórios abaixo da central hidrelétrica de Kakhovskaya", noticiou a agência oficial.
Mais de 115.000 civis foram também transferidos da margem direita do Dniepre, onde se situa a cidade de Kherson, para a margem esquerda, disse também o general russo.
A cidade de Kherson era a única capital regional ucraniana controlada pelas tropas de Moscovo.
A sua reconquista é considerada como uma das vitórias mais significativas de Kiev e uma humilhação para Moscovo.
A reconquista foi possível com o armamento que as forças armadas da Ucrânia receberam dos seus aliados ocidentais, que lhes permitiu lançar uma contraofensiva no sul e no leste há cerca de dois meses.
A guerra na Ucrânia, em curso há quase nove meses, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.
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