Kiev apresentou perante a Assembleia geral da ONU um projeto de resolução que solicita reparações à Federação russa para a Ucrânia e recomenda o estabelecimento de um registo internacional de danos durante o conflito.
O texto, que começou a ser discutido hoje, será votado no final de um debate no qual se inscreveram até ao momento 40 países.
"A Ucrânia terá a enorme tarefa de reconstruir o país e recuperar desta guerra, mas essa recuperação nunca será completa sem um sentido de justiça para as vítimas da guerra russa. Chegou a hora de exigir responsabilidades à Rússia", disse o embaixador ucraniano, Sergiy Kyslytsya.
O diplomata acusou Moscovo de estar a tentar "destruir" o seu país e de ter cometido "atrocidades" em todas as zonas que ocupou, e reiterou as condições para uma negociação de paz já avançadas pelo Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
"Restauração da integridade territorial da Ucrânia, compensação pelos danos causados pela guerra, perseguição dos criminosos de guerra", enumerou, assegurando que a aprovação desta proposta na ONU tornará mais viáveis todos os objetivos.
Em resposta, o embaixador russo, Vasili Nebenzia, considerou que esta proposta em discussão na Assembleia geral não é válida na perspetiva do direito internacional e poderá terminar com uma tentativa de "expropriação ilegal de ativos soberanos".
Nebenzia acusou as potências ocidentais de pretenderem reparações russas na Ucrânia quando durante anos rejeitaram a sua aceitação em outros casos, e assegurou que a concretização do texto terá "implicações sistemáticas para as atividades da ONU".
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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