Irão está a tentar "sequestrar ou matar" britânicos opositores do regime

O diretor da agência britânica de informações externas MI5, Ken McCallum, denunciou hoje que a República Islâmica do Irão está a tentar "sequestrar ou matar" britânicos que considera "inimigos do regime", apontando para a existência de "ameaças diretas".

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© Yui Mok/PA Images via Getty Images

Lusa
16/11/2022 23:54 ‧ 16/11/2022 por Lusa

Mundo

MI5

"No limite, isto inclui ambições de sequestrar ou mesmo matar britânicos ou indivíduos residentes no Reino Unido entendidos como inimigos do regime", realçou Ken McCallum durante um discurso na sede do MI5, em Londres.

Os alertas da agência britânica surgem depois do Governo do Reino Unido ter acusado, na semana passada, o Irão de emitir ameaças de morte contra jornalistas radicados no Reino Unido.

O canal de televisão londrino de língua persa -- Iran International -- divulgou que dois dos seus jornalistas que trabalham no Reino Unido receberam ameaças de morte da Guarda Revolucionária Islâmica (o exército ideológico de Teerão).

O Iran International está a cobrir os protestos que se desencadearam no Irão após a morte de Mahsa Amini em 16 de setembro, três dias depois de ter sido detida em Teerão pela chamada 'polícia dos costumes', que a acusou de violar o rígido código de indumentária, "abriram caminho" para este tipo de ataque.

As autoridades iranianas denunciaram estes protestos como "motins" incentivados por países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, inimigo do Irão.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde o início dos protestos, segundo as autoridades iranianas, que não fornecem uma avaliação precisa ou geral.

Os protestos têm sido reprimidos de forma sangrenta e dezenas de jornalistas foram detidos.

De acordo com várias organizações internacionais, as autoridades iranianas já mataram mais de 300 pessoas, na repressão a este movimento.

Na sexta-feira, a polícia britânica anunciou que colocou em prática um "plano de proteção" para uma campeã iraniana de luta livre residente na Escócia, Melika Balali, que também recebeu ameaças, produzidas, segundo a atleta, pelas autoridades iranianas.

Leia Também: Washington atribui ao Irão ataque a um petroleiro ao largo de Omã

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