Afinal, quem lançou o míssil que matou duas pessoas na Polónia?
Polónia, EUA e NATO defendem que míssil poderá ter sido lançado pela Ucrânia, mas culpam Rússia. Zelensky nega qualquer envolvimento.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Sobre o caso do míssil que caiu na aldeia de Przewodów, na Polónia, a menos de 10 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, e que vitimou duas pessoas, só estes detalhes concretos se conhecem. A origem do míssil tem dado que falar desde que o mesmo caiu em território polaco, na terça-feira, e as versões variam de um lado e do outro. Só uma constante existe: sendo, ou não, o míssil ucraniano, todos os dedos estão apontados ao Kremlin.
O presidente da Polónia, Andrzej Duda, falou num "acidente infeliz", admitindo que o míssil em questão possa "ter sido lançado pela Ucrânia".
O chefe de Estado disse tratar-se provavelmente de um míssil S-300 fabricado na União Soviética, da defesa aérea ucraniana, que "infelizmente caiu em território polaco". Ainda assim, Duda realça que não há provas conclusivas sobre a origem do míssil. “Acredito firmemente que os inspetores vão clarificar isso. Todas essas questões estão a ser investigadas. O Presidente Joe Biden já declarou que nos apoiará com o envio de especialistas norte-americanos para nos ajudarem a inspecionar o local deste incidente trágico”, acrescentou, dizendo tratar-se de um "acontecimento isolado".
Em declarações aos jornalistas em Varsóvia, Andrzej Duda acalmou ainda os ânimos, assegurando que a Polónia não vai invocar o artigo 4 da NATO, que prevê que um estado-membro que sinta que esteja ameaçada a "integridade territorial, a independência política ou a segurança" possa pedir uma consulta coletiva da situação, pelo menos até que cheguem as conclusões da investigação à queda do míssil.
A Duda juntou-se o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que corrobora a teoria de que o míssil será um de defesa aérea ucraniana. "Há informações preliminares que contestam" que o míssil tenha sido lançado pelo Kremlin, disse Biden aos jornalistas, até porque "é improvável nas linhas da trajetória que tenha sido disparado da Rússia".
E como não há dois sem três, para formar um poderoso trio de 'defensores' da teoria de que o míssil será ucraniano acrescentam-se as declarações de Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO. "A nossa análise preliminar sugere que o incidente foi provavelmente causado por um míssil de defesa aérea ucraniano disparado para defender o território ucraniano contra ataques de mísseis de cruzeiro russos, mas deixem-me ser claro, isto não é culpa da Ucrânia", afirmou.
Stoltenberg deixou, no entanto, um outro ponto claro: apesar de o míssil ser, provavelmente, ucraniano, a culpa do "infeliz incidente" é toda do Kremlin. Stoltenberg acusou a Rússia de ter "a responsabilidade final", uma vez que "continua a sua guerra ilegal contra a Ucrânia". Porém, "não temos qualquer indicação de que a Rússia esteja a preparar ações militares ofensivas contra a NATO", concluiu.
No Twitter, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que vai oferecer "apoio total" à Polónia na investigação sobre a explosão na fronteira com a Ucrânia.
Zelensky nega
Quem, no entanto, nega veementemente qualquer envolvimento na queda do míssil em território polaco é o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse "não ter dúvidas" de que o míssil não é ucraniano. “Acredito que se trata de um míssil russo, baseado nos nossos relatórios militares", garantiu Zelensky no seu comentário televisivo habitual.
Entretanto, Joe Biden comentou a 'nega' de Zelensky, argumentando que as provas não corroboram a sua teoria.
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