Reino Unido. Trabalhistas afastam livre circulação com Europa
O Partido Trabalhista do Reino Unido promete ser pragmático em matéria de imigração se for eleito para o Governo, mas sem voltar à livre circulação de pessoas na Europa, afirmou hoje o líder da oposição, Keir Starmer.
© Reuters
Mundo Reino Unido
Num discurso no segundo e último dia da conferência anual da Confederação da Indústria Britânica (CBI), em Birmingham, reconheceu a escassez de mão de obra e a necessidade de recorrer a trabalhadores estrangeiros em certos setores.
Porém, em troca de "pragmatismo" vai exigir mais investimento das empresas na formação dos trabalhadores que já se encontram no país, acabando com a "dependência da imigração" económica.
"Não vamos ignorar a necessidade de trabalhadores virem para este país. Não podemos ter uma situação como tivemos com a dos condutores de veículos pesados de mercadorias, quando a escassez temporária ameaçou paralisar setores inteiros da nossa economia", assegurou o líder do Partido Trabalhista.
Porém, acrescentou, "qualquer alteração no nosso sistema de migração por pontos, seja através da rota de profissões qualificadas, ou da lista de trabalhadores em falta, virá com novas condições para as empresas", vincou Starmer.
Dirigindo-se ao patronato, o líder do 'Labour' disse que quer um "plano claro para maiores competências e mais formação, para melhores salários e condições, para o investimento em novas tecnologias".
"O nosso objetivo comum deve ser o de ajudar a economia britânica a sair da sua dependência da imigração. Começar a investir mais na formação de trabalhadores que já se encontram aqui", explicou.
Na segunda-feira, o director-geral da CBI, Tony Danker, identificou a falta de mão de obra como uma das barreiras ao crescimento económico no Reino Unido, que, segundo o Governo, já está em recessão.
Danker argumentou que a escassez deve-se à insuficiência de pessoas e de competências necessárias, e urgiu os políticos a serem práticos e a permitir uma migração económica para os setores que precisam.
Desde a saída da União Europeia (UE) que o Reino Unido deixou de permitir a livre circulação de cidadãos europeus, tendo implementado um sistema de imigração por pontos que abrange todas as nacionalidades.
Para obter um visto de trabalho e residência, os candidatos têm de preencher requisitos em termos de qualificações profissionais, conhecimentos da língua inglesa e um salário igual ou superior a 25.600 libras (2.950 euros).
O Governo britânico produz uma lista de profissões para as quais os empregadores podem pedir vistos para trabalhadores estrangeiros, mas as empresas queixam-se de a lista não ser atualizada regularmente e de não responder às necessidades.
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