Parlamento Europeu assinala 70 anos de democracia e diversidade
A presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, destacou hoje o caráter transnacional multilingue e multipartidário da assembleia europeia ao assinalar os 70 anos da sua criação.
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"Hoje, mais do que nunca, esta Assembleia representa a defesa da voz democrática dos cidadãos e dos valores democráticos europeus", disse Metsola no hemiciclo de Estrasburgo, em França.
Além dos eurodeputados, estiveram na cerimónia a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os primeiros-ministros da França, Elisabeth Borne, da Bélgica, Alexander De Croo, e do Luxemburgo, Xavier Bettel, países que partilham a sede do Parlamento Europeu.
O Parlamento Europeu teve origem na Assembleia Comum da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que se reuniu pela primeira vez em 10 de setembro de 1952, em Estrasburgo.
Nessa primeira reunião, participaram 78 deputados nomeados pelos parlamentos nacionais dos seis Estados-membros da CECA: 18 da Alemanha, da França e da Itália, 10 da Bélgica e dos Países Baixos, e quatro do Luxemburgo.
"O Parlamento Europeu tornou-se o único parlamento transnacional multipartidário, multilingue e eleito por sufrágio direto no mundo. Os seus 705 membros eleitos diretamente são a expressão da opinião pública europeia", disse Metsola.
O chefe do Governo belga também destacou o papel do Parlamento Europeu no projeto político europeu e considerou que o reforço da democracia na União Europeia (UE) passa pelo fortalecimento do seu parlamento.
Alexander De Croo disse que a UE já não é conduzida por líderes visionários, como na década de 1950, mas pelos seus cidadãos, que são pessoas "mais capacitadas e exigem mais dos seus líderes"
O Parlamento Europeu "é um dos legisladores mais poderosos do mundo", afirmou.
O primeiro-ministro do Luxemburgo lembrou que o projeto europeu comum nasceu sete anos depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que foi uma época em que "as pessoas não tinham o direito de viver" se fossem diferentes.
"Eu próprio não teria o direito de ser livre durante a Segunda Guerra Mundial: sou liberal, tenho herança judaica e sou casado com um homem". E aqui estou eu, um chefe de governo", disse Xavier Bettel.
"Este é o projeto europeu. Podes ser diferente, mas é aí que reside a nossa riqueza: nesta diversidade", acrescentou.
Elisabeth Borne falou no compromisso da França com um futuro europeu comum e considerou que Estrasburgo representa a "ideia da Europa".
"Não devemos perder de vista o que é a Europa, de onde veio e para onde vai", disse a primeira-ministra francesa.
Desde 1952, com a evolução da comunidade europeia para a UE atual, a assembleia conheceu outras designações até adotar o nome de Parlamento Europeu em 1962.
Atualmente, o Parlamento Europeu tem 705 deputados em representação dos cerca de 447 milhões de cidadãos dos 27 Estados-membros da UE.
Portugal começou por participar com 26 deputados nomeados, em 1986, dispondo agora de 21 representantes no Parlamento Europeu, eleitos em 2019.
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