"Pretendo ter um contacto direto com ele nos próximos dias sobre questões nucleares civis, em primeiro lugar, e sobre a central de Zaporíjia, após uma troca de informações" com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse o Presidente francês à imprensa, durante uma visita ao Salon des Maires, em Paris.
A central nuclear de Zaporíjia, no sul da Ucrânia e considerada a maior da Europa, foi privada de energia por várias vezes desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, após ataques pelos quais Kyiv e Moscovo se acusam mutuamente, levantando receios de um possível desastre nuclear em caso de danos nas instalações.
O operador ucraniano, Energoatom, informou hoje que três das centrais nucleares do país foram "desligadas" da rede elétrica, após ataques russos que atingiram infraestruturas energéticas e causaram cortes de energia em massa.
A Rússia tem vindo a atacar a rede elétrica e outras instalações com mísseis e 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) há várias semanas, aparentemente com o objetivo de transformar o frio e a escuridão do inverno numa arma contra a Ucrânia.
"A estratégia russa é desesperar as pessoas no terreno", considerou Macron, que recordou que a França vai acolher no dia 13 de dezembro uma conferência em Paris "pela resistência e resiliência ucraniana".
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou na terça-feira aos autarcas franceses para que ajudem o seu país a impedir a Rússia de usar o frio neste inverno "como arma de destruição maciça", numa mensagem difundida no congresso da Associação de Autarcas de França (AMF).
"O Kremlin (Presidência russa) quer transformar o frio do inverno numa arma de destruição maciça", declarou o Presidente ucraniano num vídeo com legendas difundidas durante uma homenagem à Ucrânia organizada AMF, por ocasião do seu congresso, que contou com a presença de uma delegação de representantes locais ucranianos.
A invasão da Ucrânia pela Rússia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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