Em cima da mesa está também a hipótese de um fundo de 500 mil milhões de euros para financiar as despesas com as infraestruturas da Alemanha, nos próximos 10 anos, para recuperar a economia para "um caminho de crescimento estável".
As informações foram dadas hoje pelo vencedor das eleições antecipadas, o líder do partido de centro-direita CDU Friedrich Merz, que está a tentar formar um governo de coligação com os sociais-democratas do SPD do chanceler cessante, Olaf Scholz.
Merz informou que ambos os lados propõem a isenção das despesas de mais de 1% do PIB em defesa de regras que limitam a capacidade do governo em pedir dinheiro emprestado.
O responsável acrescentou que, na próxima semana, será apresentado ao parlamento uma proposta legislativa sobre esta questão e sobre o pacote de infraestruturas, que será financiado por empréstimos.
"Tendo em conta a situação de ameaça crescente, é claro para nós que a Europa - e com a Europa, a República Federal da Alemanha - deve agora, muito rapidamente, fazer grandes esforços para reforçar a capacidade de defesa do nosso país e do continente europeu", argumentou Merz à imprensa.
"Contamos que os Estados Unidos da América respeitem os compromissos da nossa aliança mútua também no futuro", afirmou, referindo-se à NATO. "Mas também sabemos que o financiamento para a defesa do nosso país e da nossa aliança tem de ser significativamente alargado", afirmou.
Merz citou "as decisões mais recentes do governo americano" como um dos fatores, sem dar mais pormenores.
Pouco depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, em fevereiro 2022, Scholz prometeu aumentar as despesas de defesa da Alemanha para o atual objetivo da NATO de 2% do produto interno bruto e anunciou a criação de um fundo especial de 100 mil milhões de euros para modernizar as forças armadas.
Mas esse fundo, com o qual a Alemanha cumpriu o objetivo de 2%, vai esgotar-se em 2027.
O "travão da dívida" da Alemanha, introduzido há mais de uma década, permite novos empréstimos até apenas 0,35% do produto interno bruto anual, embora possa ser suspenso em caso de emergência que esteja fora do controlo do Estado.
O travão foi suspenso durante três anos após o início da pandemia de COVID-19 em 2020, a fim de permitir a contração de grandes empréstimos para financiar vários pacotes de apoio e estímulo.
Ambas as propostas legislativas requerem uma maioria de dois terços no Parlamento, uma vez que o "travão da dívida" está consagrado na Constituição alemã.
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