"Porque é que não veste um fato?" Foi a pergunta que ecoou durante um momento de tensão entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o seu homólogo norte-americano, Donald Trump e o vice-presidente, JD Vance, na Sala Oval da Casa Branca, na sexta-feira.
A questão foi feita por Brian Glenn, um repórter do canal televisivo e de streaming de direita Real America's Voice, que o acusou de não respeitar a ocasião, e à qual Zelensky respondeu que usaria um fato quando a guerra terminasse.
O presidente ucraniano estava vestido com uma camisa pólo de manga comprida de malha de três botões da marca de roupas masculinas Damirli de Elvira Gasanova, bem como calças da coleção.
Apesar de não ser um fato, o conjunto da designer, que Zelensky exibiu na Casa Branca, era uma versão especial com um emblema de um tryzub, um escudo com um tridente que é o brasão de armas que a Ucrânia adotou em fevereiro de 1991.
Zelensky deixou de vestir fatos e gravatas após o início da invasão russa à Ucrânia, em 2022, e passou a optar por conjuntos que apelam a uma estratégia militar, como forma de mostrar solidariedade e respeito para com os soldados ucranianos.
Gasanova é responsável pelo conjunto - e por 99% do guarda-roupa do presidente ucraniano - e confessa que nunca pensou que um dos seus designs se tornaria uma questão geopolítica, em declarações à Women’s Wear Daily (WWD).
"É um símbolo do espírito inquebrável de uma nação que luta pela sua liberdade", refere a designer, citada pela WWD, e acrescenta que hoje na Ucrânia é amplamente aceite que um presidente não deve usar fato em tempos de guerra.
A escolha vista com desdém por uns tornou-se um sucesso de vendas. O polo usado pelo presidente ucraniano na Sala Oval disparou as vendas desde o polémico encontro.
"Muitas pessoas estão a comprar a camisola, que é vendida por 215 euros. Hoje tivemos muitos pedidos da América. Eles talvez queiram algo que um presidente ucraniano usou para um momento histórico", revela a designer.
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