O presidente da câmara de Kyiv, Vitali Klitschko, anunciou, esta quarta-feira, que a capital ucraniana enfrenta, atualmente, o "pior inverno desde a II Guerra Mundial", na sequência dos ataques russos sobre as infraestruturas energéticas do país.
Numa entrevista ao jornal alemão Bild, o autarca alertou que os residentes da cidadão devem estar preparados para o "pior cenário" de cortes de energia generalizados num contexto de baixas temperaturas, como é típico do inverno ucraniano.
Caso isso acontecesse, prosseguiu, partes da capital ucraniana poderão vir a ter de ser evacuadas.
"Temos também de nos preparar para o pior cenário. Isso seria se existissem cortes de energia generalizados e as temperaturas fossem ainda mais baixas. Então, partes da cidade teriam de ser evacuadas, mas não queremos que se chegue a esse ponto", explicou Vitali Klitschko.
O autarca da capital ucraniana acusou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de tentar intimidar as pessoas e forçá-las a sair da cidade, através do bombardeamento de infraestruturas civis.
"Putin quer aterrorizar as pessoas, fazê-las congelar, sem luz. Mas isso não vai acontecer. A minha impressão é que as pessoas só vão ficar mais zangadas, mais determinadas. Não vamos morrer ou fugir como Putin quer", concluiu o presidente da Câmara local.
As declarações foram proferidas numa altura em que prosseguem as hostilidades no terreno. Desta quarta-feira destacam-se os ataques russos sobre a capital ucraniana, Kyiv, que resultou na morte de, pelo menos, três pessoas. Durante a noite, registou-se um ataque de Moscovo sobre uma maternidade em Vilniansk, nos arredores da cidade de Zaporíjia, que tirou a vida a um recém-nascido.
A guerra na Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro, provocou já mais de 6.500 mortes entre civis, de acordo com os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU). Pelo menos 437 crianças perderam a vida na sequência desta ofensiva, com outras 837 a terem ficado feridas.
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