"Os métodos antigos e o uso de força enraizados naqueles que detêm o poder [no Irão] já não funcionam. Na verdade, só pioram a situação", disse Volker Türk, adiantando que, até agora, já foram detidas 14.000 pessoas por protestarem contra as regras impostas pelo regime.
Os Estados-membros do mais alto órgão de direitos humanos da ONU estão reunidos de urgência para discutir a "deterioração da situação dos direitos humanos" no Irão, a pedido de mais de 50 países membros da ONU e por iniciativa da Alemanha e da Islândia.
O Conselho deverá decidir se lança uma investigação internacional sobre os abusos dos quais Teerão é acusada.
As manifestações, que são já consideradas a maior ameaça ao regime teocrático do Irão desde a Revolução Islâmica, em 1979, começaram em setembro, depois da jovem iraniana curda Mahsa Amini ter morrido num hospital, três dias após ser detida pela polícia da moralidade por usar o véu islâmico alegadamente de forma incorreta.
Apesar da dura repressão das forças de segurança, a indignação no Irão pela morte de Mahsa Amini provocou uma onda que parece imparável de protestos contra o Governo.
A União Europeia e os Estados unidos já adotaram sanções contra os responsáveis pela repressão aos protestos, decisão que levou Teerão a prometer represálias.
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