As principais organizações políticas do país, incluindo a Aliança Nacional para a Mudança e Democracia (Anad), o Rally do Povo Guineense (RPG) e a Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC) boicotaram a reunião marcada para hoje, conforme tinham anunciado, segundo noticiou a agência France-Presse.
Estas organizações tinham condicionado a sua participação a 10 condições, incluindo a libertação de todos aqueles que tinham sido presos em contexto político, a cessação imediata da acusação da junta militar no poder a muitos dos seus líderes, a capacidade de regresso dos seus líderes no exílio, ou o levantamento da proibição de manifestações.
O primeiro-ministro, Bernard Goumou, respondeu em 14 de novembro que estas questões poderiam ser discutidas, mas não poderiam ser "um fator de bloqueio" no diálogo, o que acabou por gorar o encontro marcado para hoje.
O Governo comprometeu-se a entregar o poder aos civis após as eleições estabelecidas no prazo de três anos. A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) apelou a um período de transição mais curto.
Em 22 de setembro, a CEDEAO anunciou a suspensão de toda a assistência e transações financeiras com a Guiné-Conacri e impôs sanções individuais e, dois dias depois, deu às autoridades militares um mês para apresentarem um novo cronograma para o regresso dos civis ao poder sob pena de "sanções mais severas" do que as já impostas.
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