A Metinvest, a maior produtora de aço e componentes de aço da Ucrânia, anunciou esta terça-feira que a atividade nas fábricas que controla voltará à normalidade, depois da onda de apagões que afetou o país devido aos ataques russos a infraestruturas críticas.
Segundo um comunicado citado pela Sky News, a Metinvesti diz que "pela primeira vez desde a invasão à larga escala na Ucrânia, a produção das fábricas do grupo parou num procedimento de emergência, devido à falta de fornecimento elétrico".
Agora, todas mais de dez fábricas ainda controladas pelo grupo voltaram a funcionar normalmente, com exceção da fábrica de Kametstal, localizada próxima da cidade de Dnipro.
O maior percalço para a Metinvest ocorreu em Mariupol, onde a siderúrgica de Azovstal, que faz parte do grupo metalúrgico, tornou-se num importante reduto para as forças da Ucrânia. Pressionados pelos russos, os últimos soldados ucranianos do extremista batalhão de Azov aguentaram em Azovstal durante quatro meses, acabando por se render às forças russas - concluindo-se assim o longo cerco a Mariupol, uma das tomadas mais importantes na guerra.
Azovstal e Illich são as únicas duas infraestruturas da Metinvest nas mãos dos russos. Todas as outras continuam a produzir para esforço de guerra ucraniano, incluindo a de Zaporíjia, apesar da proximidade com a linha da frente da guerra.
Os cortes de energia surgiram devido aos ataques russos a infraestruturas críticas ucranianas, com uma grande parte da população a ficar sem acesso a luz e água durante vários dias. Os ucranianos continuam a recear um inverno muito duro para a população, já que os russos poderão bombardear novamente estas infraestruturas e prejudicar gravemente os civis.
Apesar da garantia de normalidade, a empresa afirma que ainda existem "riscos significativos" à atividade, devido aos potenciais cortes de energia.
A Metinvest pertence ao bilionário Rinat Akhmetov, o homem mais rico do país.
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