A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, falou esta terça-feira no parlamento inglês, em Westminster, sobre violência sexual durante a guerra na Ucrânia, referindo que "a menina mais nova violada pelas forças russas tinha quatro anos".
"Precisamos de justiça, viemos ter convosco por justiça", referiu Zelenska, acrescentando que não se sabe ao certo quantas pessoas já foram vítimas de tortura.
De acordo com a primeira-dama, "é preciso punir aqueles que são culpados dos crimes contra a humanidade e arranjar uma solução para punir [os crimes]".
Os russos estão a tentar “transformar em horror” os dias e noites da Ucrânia com mísseis em massa e ataques de drones, alertou Zelenska, referindo que mais de 20 milhões de ucranianos ficaram sem eletricidade, água e aquecimento como resultado dos ataques de mísseis russos, "alguns durante mais de 30 horas". "Os médicos estão a operar às escuras", contou a primeira-dama ucraniana.
A primeira-dama da Ucrânia destacou ainda que a Rússia usou “violência sistemática” em muitas cidades e vilas ocupadas na Ucrânia.
Já foram identificados milhares de crimes cometidos pelas forças russas, incluindo violência sexual. "A menina mais nova violada pelas forças russas tinha quatro anos" e o sobrevivente mais velho tinha 85 anos", sublinhou na sua intervenção em Westminster.
No discurso dirigido aos deputados britânicos, Olena Zelenska pediu ainda ajuda ao Reino Unido para criar um tribunal especial para responsabilizar a Rússia pelos “crimes de guerra e terror”.
“Estamos a ouvir sirenes todos os dias. São idênticas aquelas ouvidas pelas gerações britânicas. Vocês não se renderam e nós também não o faremos", rematou.
Depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia a 24 de fevereiro, Olena Zelenska passou meses escondida em locais secretos com os filhos. Começou a aparecer a 8 de maio - Dia da Mãe - quando se juntou à primeira-dama dos EUA, Jill Biden, num abrigo para refugiados em Lviv, na Ucrânia.
Tanto o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelensky como a primeira-dama, Olena Zelenska têm discursado em vários parlamentos do mundo, em forma de apelo ao mundo para combate e sensibilização ao terror que se vive no país.
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