"Manifestamos a nossa profunda indignação com a ocorrência de mais um caso de um cidadão nacional ter sido agredido na sua residência por, presumivelmente, emitir opiniões", disse Domingos Simões Pereira.
O líder do PAIGC falava na sede do partido, em Bissau, depois de um encontro entre o chefe de Estado guineense e os partidos com assento parlamentar, que decorreu na Presidência da República, mas onde não foram feitas declarações à imprensa.
"É inconcebível e inaceitável e nós estamos aqui a repudiar isso com todas as letras de que não se pode permitir que as pessoas sejam agredidas por terem emitido opiniões que não sejam do agrado de alguém, qualquer que seja essa pessoa", declarou Domingos Simões Pereira.
O líder do PAIGC salientou que todos os guineenses fazem parte do mesmo país, "de uma cidadania", e que os "tribunais existem e outros órgãos existem para se fazer um recurso".
"A situação ainda é mais grave e fizemos questão de o anotar ao Presidente, o facto de familiares e vizinhos afirmarem categoricamente terem identificado um dos elementos que participou nesse assalto na pessoa do tal famoso Tcherninho", disse o líder do PAIGC, referindo-se a um elemento da segurança do Presidente guineense.
"Eu digo aqui claramente que não estive lá, não assisti, mas quando isso é afirmado por vizinhos e familiares, isso aumenta a responsabilidade do Presidente da República e nós levantámos essa questão, esperando que haja um esclarecimento o mais rapidamente possível", acrescentou.
O advogado e comentador numa rádio de Bissau foi espancando, na noite de terça-feira, alegadamente por homens fardados e armados.
O advogado encontrava-se na sua residência quando foi surpreendido por cinco homens com uniformes militares que o agrediram fisicamente, na presença da sua mulher grávida de oito meses, que terá tentado impedir a agressão.
Augusto Mário da Silva, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, disse ter tomado conhecimento do caso "com indignação, apreensão e com repúdio".
"Nós não podemos continuar neste ambiente de violência. Neste ambiente de insegurança. Não podemos continuar nesta situação. Já são vários episódios de violência e parece-nos que a violência é institucional", considerou Augusto Mário da Silva.
Em comunicado, divulgado na rede social Facebook, o Presidente guineense condenou o "ato bárbaro de violência contra advogado".
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