China. Plano de vacinação é esperança na redução medidas anticovid

A campanha de vacinação a idosos gera esperança de que a China pode reverter as rígidas restrições anticovid que resultaram em protestos em várias partes do país contra as medidas.

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Lusa
01/12/2022 06:24 ‧ 01/12/2022 por Lusa

Mundo

China/Protestos

Os mercados de ações responderam positivamente depois da Comissão Nacional de Saúde ter anunciado, na terça-feira, a esperada campanha de vacinação.

A baixa taxa de vacinação é um dos maiores obstáculos para acabar com as restrições que confinaram milhões de pessoas em casa, causaram efeitos nefastos na economia e mantiveram o turismo num nível baixo.

As autoridades de saúde não deram nenhuma indicação de quanto tempo esta campanha de vacinação poderá demorar, mas levará meses e a China também precisa de construir os seus hospitais e elaborar uma estratégia contra a covid-19 a longo prazo, alertam especialistas em saúde e economistas citados pela agência Associated Press (AP).

Os especialistas antecipam que a politica "zero covid" deverá permanecer em vigor até meados de 2023 e possivelmente até 2024.

"A China não está em condições de mudar a sua política "zero covid" para uma política "viver com a covid" pela fraca capacidade de atendimento de saúde, sublinhou Mark Williams, economista-chefe da Capital Economics para a Ásia.

A autoridade de saúde vai incentivar a vacinação a pessoas com mais de 60 anos. Muitos não se vacinaram devido a preocupações com segurança e porque com baixos níveis de infeção o risco era baixo.

Nove em cada dez chineses foram vacinados, mas apenas 66% das pessoas com mais de 80 anos receberam uma injeção, enquanto 40% receberam um reforço, segundo dados oficiais, que apontam que 86% das pessoas com mais de 60 anos estão vacinadas.

Em comparação, 93% dos norte-americanos com 65 anos ou mais estão totalmente vacinados e outros 2% têm pelo menos uma dose, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês).

A China, onde o vírus foi detetado pela primeira vez no final de 2019 na cidade de Wuhan, é o último grande país a tentar interromper completamente a sua transmissão. Outros estão a relaxar o controlo, procurando conviver com o vírus que matou pelo menos 6,6 milhões de pessoas em todo o mundo e infetou quase 650 milhões.

Os manifestantes chineses acusam o Partido Comunista de não traçar um caminho para fugir das restrições que repetidamente fecharam empresas e escolas e suspenderam o acesso aos bairros.

As restrições mantiveram o número de casos mais baixo do que em outros países, mas são vistas pelo público e pelos cientistas como excessivas.

Famílias que ficaram confinadas em casa durante até quatro meses dizem que não têm acesso confiável a alimentos e medicamentos, enquanto outros lutam para conseguir tratamentos para outros problemas médicos.

Os responsáveis enfrentaram a fúria da população após relatos de que duas crianças que estavam em quarentena morreram depois dos seus pais terem divulgado que os controlos anticovid dificultaram os seus esforços para obter atendimento médico de emergência.

As autoridades chinesas estão a confrontar-se com um movimento de contestação nacional contra as restrições sanitárias de combate à pandemia que é o mais extenso desde as mobilizações pró-democracia de 1989.

O Partido Comunista já prometeu tornar as restrições menos perturbadoras e facilitou alguns controlos esta semana, após protestos em Xangai, Pequim e pelo menos seis outras grandes cidades.

No entanto, os líderes do partido disseram que estão a aderir à política "zero covid" e não deram sinais de quando isso pode acabar.

Pequim também tentou desacreditar os manifestantes acusando-os de trabalhar para "forças estrangeiras", uma referência às reclamações de longa data de que Washington e outros governos ocidentais tentam sabotar a ascensão económica e política da China.

As autoridades chinesas levantaram esta quarta-feira parcialmente as restrições anticovid em várias zonas das cidades de Cantão e Zhengzhou, apesar do elevado número de infeções.

Em contraste, as autoridades de Macau, cerca de 100 quilómetros a sul de Cantão, decretaram que todos os residentes terão de fazer testes rápidos de antigénio entre hoje e sexta-feira, à exceção de crianças com menos de 3 anos.

A medida, que abrangeu mais de 725.000 pessoas no início de novembro, seguiu-se à deteção de cinco novos de infeção no território.

Na cidade de Zhengzhou, onde se encontra uma fábrica de montagem de telefones da tecnológica norte-americana Apple, as autoridades também anunciaram o levantamento de algumas das medidas em vigor, especialmente as relacionadas com o confinamento.

A decisão foi tomada depois de as autoridades sanitárias chinesas terem emitido uma ordem para que as autoridades locais evitassem grandes restrições, na sequência dos fortes protestos.

A China registou mais de 37.600 infeções com o vírus da covid-19 no último dia, sendo a província de Guangdong uma das mais afetadas.

Leia Também: China. Cantão e Zhengzhou aliviam medidas após manifestações

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