A Rússia voltou a atacar Zaporíjia, na manhã desta sexta-feira, conforme confirmou o prefeito da cidade, Anatoly Kurtev. "Esta noite, terroristas russos atacaram Zaporíjia novamente. Mísseis inimigos atingiram a construção do objeto de infraestrutura, resultando num incêndio. Segundo informações preliminares, felizmente, não há vítimas", referiu, numa publicação na rede social Telegram.
A administração militar local adiantou que o objetivo da Rússia era "destruir a infraestrutura industrial e energética do centro regional".
O meio de comunicação Nexta publicou uma série de imagens que mostram as alegadas consequências deste ataque.
Também durante a madrugada de hoje, as forças russas bombardearam a província de Kharkiv. De acordo com o um porta-voz do Serviço de Emergência do Estado ucraniano, um edifício arranha-céus ficou danificado e um civil sofreu ferimentos na sequência do ataque.
"Tonight the enemy once again struck #Zaporizhzhia with a missile strike. Its purpose was to destroy the industrial and energy infrastructure of the regional center," said the local military administration. pic.twitter.com/JobzRZhVba
— NEXTA (@nexta_tv) December 2, 2022
Recorde-se que a ONU alertou, esta quarta-feira, que o início do inverno na Ucrânia origina novas dimensões na crise humanitária, pois deixa milhões em risco de temperaturas mortais devido aos ataques a residências e infraestruturas de energia.
"O início do inverno traz novas dimensões à crise humanitária, pois ataques e danos a residências deixam milhões em risco de temperaturas mortais que podem cair abaixo dos 20 graus centígrados negativos", realçou, num comunicado, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
Esta agência das Nações Unidas lembrou que em novembro começaram a cair os primeiros nevões, depois de novos ataques contra infraestruturas de energia que causaram "'blackouts' generalizados e interrupções no aquecimento e no abastecimento de água".
"Apesar das reparações em andamento, em 28 de novembro, o sistema de energia ucraniano conseguiu cobrir apenas 70% da procura. Como consequência, a população em todas as regiões do país sofre constantes quebras de energia, afetando também o acesso da população à água e ao aquecimento, já que o sistema de bombeamento precisa de energia elétrica para funcionar", destacou a agência no relatório.
A ofensiva militar lançada pela Rússia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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