"Observamos como a região de Kaliningrado se converte num porta-aviões indestrutível da Rússia na região. Tem as suas capacidades, as suas armas nucleares táticas, aqui, junto à Lituânia", garantiu o ministro antes de referir que aqueles militares que foram transferidos do território para a Ucrânia já foram substituídos por outros efetivos mobilizados, adiantou a Europa Press.
Nesse sentido, indicou que este destacamento "às vezes ameaça a Lituânia", com que o território faz fronteira a norte, e afirmou que "o nível de ameaça varia, mas não desaparece".
Ainda que tenha reconhecido que a ameaça para a Lituânia "não é significativa neste momento em que a Rússia envia as suas forças para a Ucrânia", lamentou que exista a necessidade de "preparar-se para o pior", aludindo à possibilidade de a guerra extravasar as fronteiras ucranianas.
"Se não te preparas para o pior, o pior cenário possível vai converter-se em realidade. Agora os políticos dizem que os países bálticos tinham razão. Agora vamos ouvi-los", garantiu.
O ministro da Defesa da Lituânia tem previsto enviar ajuda de mais de dois milhões de euros para a Ucrânia, que vão chegar a cerca de 25 mil militares ucranianos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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