Moçambique. Encontrados corpos de duas mulheres que fugiam da violência

Um comunidade remota de Cabo Delgado, norte de Moçambique, encontrou no domingo os corpos de duas mulheres que terão sido assassinadas enquanto se refugiavam no mato de ataques armados na região, segundo residentes.

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Luís Miguel Fonseca
05/12/2022 09:27 ‧ 05/12/2022 por Luís Miguel Fonseca

Mundo

Moçambique

"Um grupo de três caçadores encontrou duas mulheres grávidas, mortas e com sinais de violação, perto de um riacho conhecido por Mambi", disse um residente na sede do distrito de Meluco.

As duas mulheres foram identificadas como pertencentes à comunidade de Minhanha, a 33 quilómetros da sede de distrito.

Segundo residentes, ambas faziam parte de um grupo que fugiu da povoação após um ataque no mês de outubro.

Apesar de o distrito de Palma, para onde estão projetados os projetos de gás, estar protegido por tropas do Ruanda, continuam a ser frequentes os relatos de ataques, combates e mortes noutros distritos de Cabo Delgado.

De acordo com os relatos da população, Minhanha foi um dos focos de insegurança, com uma invasão de rebeldes que travaram também a circulação de deslocados entre Meluco e Xaxaxa.

"Houve ataque, mas agora Minhanha está nas nossas mãos, já não há rebeldes lá", disse, entretanto, fonte das milícias locais.

O início da época das chuvas, que se prolonga até final de março, traz também novas ameaças à situação precária dos deslocados pelo conflito.

Na quinta-feira, pelo menos nove deslocados morreram após uma trovoada que se abateu sobre o campo de futebol da vila sede do distrito de Nangade, disse fonte local, assinalando que os funerais se realizaram na sexta-feira.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Leia Também: Moçambique. Juiz diz que não há provas contra oito dos 19 arguidos

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