A embaixadora do Reino Unido nas Nações Unidas, Barbara Woodward, acusou, esta sexta-feira, a Rússia de tentar comprar "centenas de mísseis balísticos" ao Irão, que continua a negar que tenha vendido armas aos russos após o início da guerra.
Citada pelo The Guardian, antes da reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Woodward disse que Moscovo estava a oferecer apoio militar e técnico "a níveis sem precedentes" a Teerão, na esperança de ter como retorno novas armas para lutar na Ucrânia.
"Estamos preocupados que a Rússia tencione providenciar ao Irão mais componentes militares avançados, que permitirão ao Irão fortalecer as suas capacidades bélicas", disse a embaixadora.
Antes das declarações da embaixadora, já oficiais da administração norte-americana de Joe Biden tinham classificado as relações entre Moscovo e Teerão como "uma parceria defensiva completa"
O governo ucraniano e os países da NATO acusam a Rússia de usar drones iranianos nos ataques a infraestruturas críticas na Ucrânia, especialmente a estruturas energéticas, em ataques que têm cortado a energia a milhões de pessoas e matado diretamente civis.
O Irão admitiu que vendeu armas à Rússia, mas garantiu que não voltou a vender armas após o início da guerra. Vários relatos de agências de inteligência internacionais refutam estas alegações, afirmando que os muitos dos drones usados por Moscovo foram vendidos após o início da invasão, a 24 de fevereiro.
A embaixadora britânica na ONU acrescentou que o Reino Unido está "praticamente certo que a Rússia está à procura de comprar armas à Coreia do Norte" e a "outros estados fortemente sancionados, à medida que os seus recursos escasseiam".
As primeiras alegações de vendas de armas do Irão e da Coreia do Norte à Rússia surgiu em setembro, quando o New York Times. Desde então, o Ministério da Defesa do Reino Unido confirmou em vários relatórios a utilização de armamento destes países na Ucrânia, dadas a escassez de armas na Rússia, que tem tido dificuldades em repor o material e a força humana perdida na guerra.
O conflito na Ucrânia já fez quase 6.700 mortos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a entidade adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar os mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos, como em Mariupol, por exemplo, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.
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