Jornalista Grant Wahl morre no Qatar. Irmão acredita em assassinato

O irmão do profissional que estava a cobrir o Campeonato do Mundo alegou que o homem foi alvo de um assassinato por ter usado uma camisola com as cores do arco-íris, em alusão à comunidade LGBT, à entrada de um estádio, há cerca de duas semanas.

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© Grant Wahl/Twitter

Daniela Carrilho com Lusa
10/12/2022 09:10 ‧ 10/12/2022 por Daniela Carrilho com Lusa

Mundo

Mundial'2022

O jornalista norte-americano Grant Wahl morreu no Qatar, local onde se encontrava a fazer a cobertura do Mundial 2022, semanas depois de ter sido detido por usar uma camisola com um arco-íris. De acordo com a CNN, o profissional de comunicação terá desmaiado durante o jogo entre a Argentina e os Países Baixos, que decorreu ao final do dia de sexta-feira, conforme mostra uma publicação da Globo na rede social Twitter.

O jornalista, de 48 anos, "sentiu-se mal na tribuna da imprensa do Estádio Lusail", disse um porta-voz do comité supremo da organização.

Segundo a organização, cita a CNN, Wahl recebeu “tratamento médico imediato no local”, tendo sido posteriormente transferido para o Hamad General Hospital.

A federação dos Estados Unidos já lamentou a morte do repórter.

Há alguns dias, Grant Wahl comentou no seu boletim informativo online que tinha ido a uma clínica no centro dos media.

"Disseram-me que provavelmente tinha bronquite. O meu corpo finalmente desistiu de mim. Três semanas com pouco sono, muito stress e trabalho podem ter esse efeito (...). Pude sentir a parte superior do peito a assumir um novo nível de pressão e desconforto", escreveu.

As circunstâncias da morte não são claras, mas o irmão de Wahl alega que o jornalista foi assassinado.

Num vídeo, partilhado nas redes sociais, Eric Wahl revela ser gay, sendo esse o motivo pelo qual o irmão se solidarizou com a comunidade LGBTQ+ ao usar uma camisola com um arco-íris, e conta que o jornalista terá sido alvo de ameaças de morte.

Recorde-se que, no dia 21 de novembro, o jornalista desportivo norte-americano da CBS Sports revelou que foi detido pelas forças de segurança do Estádio Ahmad bin Ali, no Qatar, por usar uma camisola com um arco-íris.

O incidente aconteceu antes da partida entre os EUA e o País de Gales, a contar para o Mundial 2022. 

“Os seguranças recusam-se a deixar-me entrar no estádio para o EUA-Gales. 'Tens de mudar a tua camisola. Não é permitido'”, escreveu o jornalista na rede social Twitter, onde se mostrou vestido com a camisola em causa.

O jornalista terá ficado sem telemóvel e continuou a recusar retirar a camisola, tendo sido detido e libertado cerca de meia hora depois.

A homossexualidade é proibida no Qatar. O símbolo do arco-íris tem sido várias vezes usado como forma de exprimir apoio pela comunidade LGBTQ+ no país.

[Notícia atualizada às 13h29]

Leia Também: Jornalista diz ter sido detido no Qatar por usar camisola com arco-íris

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