A cimeira Estados Unidos-África realiza-se numa altura em que a Casa Branca procura reduzir a lacuna de confiança com o continente africano, que se alargou ao longo de anos de "frustração" com o compromisso dos Estados Unidos com África, noticia a agência noticiosa American Press (AP).
Nos preparativos para o encontro, de três dias, os funcionários da administração Biden minimizaram a preocupação com a influência da China e da Rússia em África, procurando colocar o foco nos seus esforços para melhorar a cooperação com os líderes africanos.
"Esta cimeira é uma oportunidade para aprofundar as muitas parcerias que temos no continente africano", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, quando questionada sobre a sombra que China e Rússia lançam sobre as reuniões. "Vamos concentrar-nos nos nossos esforços para fortalecer essas parcerias numa ampla gama de setores, desde negócios até saúde, paz e segurança, mas o nosso foco estará em África na próxima semana".
Para este objetivo, os funcionários da Casa Branca referiram que serão apresentados "grandes resultados e iniciativas" ao longo das reuniões. A Casa Branca divulgou na sexta-feira que Biden usaria a reunião para declarar o seu apoio à inclusão da União Africana como membro permanente do Grupo das 20 nações.
A cimeira será o maior encontro internacional em Washington desde antes do início da pandemia da covid-19. As autoridades locais estão a alertar os moradores para se prepararem para bloqueios de estradas e segurança intensificada, enquanto 49 Chefes de Estado e líderes convidados - assim como Biden - circulam pela cidade.
Espera-se que as conversas se concentrem no coronavírus, nas mudanças climáticas, no impacto da invasão russa da Ucrânia no continente africano e no comércio, entre outros temas, de acordo com funcionários da Casa Branca.
Joe Biden deverá intervir num fórum de negócios Estados Unidos-África, e promoverá reuniões de pequenos grupos com líderes, participando ainda num jantar na Casa Branca e em outras sessões com líderes durante o encontro.
Biden passou grande parte de seus primeiros dois anos no cargo tentando acalmar os que duvidavam, no cenário internacional da liderança americana, após quatro anos da política externa "America First" de Donald Trump.
Procurando dar seguimento à primeira reunião deste tipo realizada há oito anos pelo então Presidente Barack Obama, Biden tem a oportunidade de amenizar as preocupações em África sobre se os Estados Unidos estão a falar a sério sobre cuidar do seu relacionamento com África, escreve a AP.
Na sua estratégia para a África subsaariana divulgada em agosto, o Governo Biden alertou que a China vê a região como uma arena onde Pequim pode "desafiar a ordem internacional baseada em regras, avançar nos seus próprios interesses comerciais e geopolíticos, que minam a transparência e a abertura".
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