Putin cancela conferência "para não responder a questões incómodas"

O historiador José Milhazes afirmou que a conferência de imprensa - adiada para 2023 - "costuma ser feita em direto perante centenas de jornalistas e pode escapar alguma pergunta que não agrade ao presidente Putin".

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Márcia Guímaro Rodrigues
12/12/2022 19:08 ‧ 12/12/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

José Milhazes

O historiador e jornalista José Milhazes comentou, esta segunda-feira, o adiamento da conferência anual do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para 2023. Em declarações à SIC Notícias, Milhazes considerou que o motivo do adiamento é “muito simples”: “para não ter de responder a perguntas incómodas”.

“A conferência de imprensa costuma ser feita em direto perante centenas de jornalistas e pode escapar alguma pergunta que não agrade ao presidente Putin”, explicou, acrescentando que o líder russo “evita fazer declarações porque continuam a demorar os êxitos na frente de combate”.

Milhazes afirmou que “Putin não tem vitórias para apresentar” no que toca à invasão russa da Ucrânia, iniciada há quase 10 meses, e que as “tonterias que ele repete já começam também a não dar resultado junto da opinião pública russa”.

Nos próximos dias, o presidente russo irá realizar “algumas inaugurações de obras públicas” em videoconferência, o que mostra que “não está muito dado a ações públicas”. Já na visita à ponte de Kerch, também conhecida como ponte da Crimeia, na semana passada, Putin “esteve rodeado de muito pouca gente”, lembrou o historiador.

Questionado sobre se a população russa não acharia “estranha” a ausência do presidente, Milhazes foi taxativo: “Putin faz o que quer. Putin é dono e senhor da situação”.

As autoridades russas informaram, esta segunda-feira, que a tradicional conferência de imprensa anual não vai decorrer até ao final deste ano, apesar de estarem previstas declarações do líder do Kremlin aos 'media' sobre diversas questões.

Citado pela agência noticiosa TASS, o porta-voz da do Kremlin, Dmitri Peskov, assinalou que as datas destas intervenções serão anunciadas após ser decidido o dia em que Putin discursará perante a Assembleia federal.

"Em relação à conferência de imprensa anual, não vai decorrer até ao Ano Novo, mas esperamos que o Presidente encontre uma oportunidade para falar [com os 'media'] como o faz regularmente, incluindo nas suas deslocações ao exterior", assegurou Peskov.

A conferência de imprensa anual - que Putin instituiu a partir de 2001 - tem sido uma ocasião para o chefe de Estado russo abordar, durante várias horas, questões políticas, nacionais e internacionais, perante uma audiência que reúne 'media' russos e estrangeiros.

Leia Também: Presidente polaco assegura a Putin de que NATO nunca atacará a Rússia

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