"Pode significar um maior fluxo de turistas, pode significar a recuperação dos negócios das pequenas e médias empresas, pode significar muita coisa para Macau, a recuperação da atividade económica e obviamente isso depois reflete na atividade dos bancos. É muito bem vindo esse regresso à normalidade", referiu Carlos Cid Álvares.
Apesar do BNU ter completado 120 anos de presença em Macau a 20 de setembro, as restrições de prevenção e controlo da pandemia no território, que tem seguido a política 'zero covid' de Pequim, acabaram por adiar as celebrações para esta sexta-feira.
Num balanço à presença da instituição em Macau, o responsável salientou o serviço prestado à comunidade e o apoio à atividade económica local, admitindo "bons e maus momentos", embora "sempre presente e a apoiar o desenvolvimento" do território.
"De certeza que quem pensou esta operação se calhar não pensou que ia cá estar durante tanto tempo, ou se calhar pensou", reagiu.
O também CEO do BNU, do grupo Caixa Geral de Depósitos, disse ser "um grande orgulho" e "uma grande responsabilidade" para a instituição ser um dos bancos emissores de moeda em Macau, a par do Banco da China, com contrato renovado em 2020 e válido até 15 de outubro de 2030.
Sobre a atividade dos últimos anos, Carlos Cid Álvares considerou ter havido "um salto enorme" depois de 1999, no período que se seguiu à transferência da administração do território de Portugal para a China, com uma "grande proximidade dos resorts integrados".
"Na altura, o BNU talvez tenha sido dos poucos bancos a apoiar o arranque dos casinos. Eu não estava cá, mas a ideia que tenho é que o banco esteve muito próximo, o CEO da altura [esteve] muito próximo dos diferentes casinos e o BNU teve um papel muito relevante no arranque do negócio dos resorts integrados aqui em Macau", explicou.
Com a liberalização do jogo em Macau, em 2002, e o início da atividade das várias concessionárias no território "era necessário a emissão de umas garantias bancárias", sendo que o BNU emitiu quatro das seis garantias, explicou.
Quanto a planos para o futuro, o presidente realçou o desenvolvimento do banco em Hengqin (ilha da Montanha, adjacente a Macau), onde foi estabelecida uma sucursal há cinco anos e que conta com 17 funcionários.
"Temos acompanhado quem de Macau investe naquela ilha e é essa [sucursal] que no fundo vai estar completamente ligada ao futuro e ao crescimento de Macau e, portanto, o BNU vai com certeza apoiar empresários, empresas particulares que queiram desenvolver os seus negócios na China continental, utilizando a ilha da Montanha para esse efeito", sublinhou.
"Está já a entregar resultados todos os anos e portanto isso é importante", completou.
Carlos Cid Álvares referiu ainda que o BNU, "integrado no grupo Caixa Geral de Depósitos poderá ter um papel bastante importante" no papel de Macau enquanto plataforma de negócios entre a China e os países de língua portuguesa.
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