"O nosso entendimento é que a situação na fronteira entre China e Índia é, geralmente, estável", disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin, em conferência de imprensa.
"Ambos os lados tiveram conversas muito serenas sobre esta questão, através de canais diplomáticos e militares. Esperamos que a Índia possa comprometer-se, juntamente com a China, a implementar conscientemente o consenso alcançado anteriormente pelos líderes de ambos os países", acrescentou.
Segundo o porta-voz chinês, é a Índia que tem que "aderir ao espírito dos acordos assinados" pelas duas partes e "salvaguardar a relação bilateral".
O incidente, sobre o qual o porta-voz não se quis pronunciar diretamente, ocorreu no dia 09 de dezembro, quando, segundo fontes oficiais do Exército indiano, soldados chineses cruzaram a fronteira disputada que divide os dois países.
De acordo com o comunicado do Exército indiano, a "intrusão" no setor de Tawang teve uma resposta "determinada" das suas tropas, resultando num confronto que deixou alguns "ferimentos leves em ambos os lados".
Ambas as partes "retiraram-se imediatamente da zona" e realizaram uma reunião para "discutir o ocorrido, de acordo com os mecanismos de restabelecimento da paz e tranquilidade", acrescentou a fonte indiana.
As relações entre a Índia e a China foram abaladas por confrontos na fronteira, em junho de 2020, no vale de Galwan, no oeste dos Himalaias, que resultaram na morte de pelo menos 20 soldados e fizeram 76 feridos do lado indiano.
Pequim reconheceu apenas quatro mortos e um ferido grave.
Ambas as potências enviaram a seguir tropas para a zona disputada, provocando tensão militar na região. Desde então, Nova Deli e Pequim tentaram resolver a crise por meio dos canais diplomáticos.
Os dois países mantêm uma disputa histórica por várias regiões dos Himalaias, com Pequim a reivindicar Arunachal Pradesh, controlada por Nova Deli, que por sua vez reivindica Aksai Chin, que é administrada pelo país vizinho.
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